HISTÓRIA TRÁGICA DA CRIATURA QUE(….) – por Maria Toscano

(…) TINHA 6 NAMORADOS FALECIDOS E MAIZUM.

(Paródia)

[ A Criatura — no caso, uma rapariga do género feminino, de orientação sexual hétero, e não praticando vampirismo nem nenhuma outra modalidade olímpica, pois nem frequentava o ginásio, nem tinha experiência de caminhadas, quanto mais de corrida… — vinha de perder seis dos seus namorados, o que, coexistindo com outra ocorrência, configurou uma situação trágica que A Criatura desabafou com A Amiga… ] Continuar a ler “HISTÓRIA TRÁGICA DA CRIATURA QUE(….) – por Maria Toscano”

O REAPROVEITAMENTO DAS ÁGUAS RESIDUAIS TRATADAS – por Ricardo Amorim Pereira

 

O reaproveitamento das águas residuais tratadas

Recentemente, foi sentido um dos maiores sismos verificados, neste século, em Portugal. No dia seguinte, muito se falou sobre a preparação necessária para enfrentarmos estes eventos. Como sempre acontece, o assunto caiu logo de seguida, estando agora no maior dos esquecimentos. Esta característica de se conferir importância a um determinado problema, quando o mesmo invade as nossas rotineiras vidas, para, logo de seguida e assim que deixa de se colocar de um modo incontornável, o esquecermos, está presente nas nossas sociedades. Continuar a ler “O REAPROVEITAMENTO DAS ÁGUAS RESIDUAIS TRATADAS – por Ricardo Amorim Pereira”

O “POLITICAMENTE CORRETO” NAS QUESTÕES AMBIENTAIS – por Ricardo Amorim Pereira

Terá a ditadura do “politicamente correto” chegado às questões ambientais?

Tenho, com o maior dos gostos, vindo a colaborar com esta prestigiada e eclética Revista Athena, abordando, sob o prisma das ciências sociais, o tema ambiental. Continuarei, hoje, a fazê-lo, aludindo a um aspeto que me parece menos observado mas, de igual forma, merecedor de atenção. Continuar a ler “O “POLITICAMENTE CORRETO” NAS QUESTÕES AMBIENTAIS – por Ricardo Amorim Pereira”

SERÁ A LIBERDADE UM VALOR ABSOLUTO E INQUESTIONÁVEL? – por Ricardo Amorim Pereira

 

Aproximamo-nos da come- moração da passagem dos cinquenta anos da Revolução dos Cravos. Volvido meio século sobre o fim do regime autoritário do Estado Novo, por todo o mundo vem aumentando o temor, mais ou menos justificado, de que forças antidemocráticas possam regressar ao poder.

Continuar a ler “SERÁ A LIBERDADE UM VALOR ABSOLUTO E INQUESTIONÁVEL? – por Ricardo Amorim Pereira”

OS LADOS ERRADOS DA HISTÓRIA – por Francisco Fuchs

Notícia falsa divulgada pelo Hamas e publicada pelo New York Times

 

Os lados errados da história

Não é raro encontrar pessoas, algumas delas intelectualmente vigorosas, que afirmam estar “do lado certo da história”. Curiosamente, elas se distribuem de forma mais ou menos proporcional em lados diametralmente opostos, o que elimina a possibilidade de que todas estejam, de fato, defendendo “o lado certo da história”. Ao menos nisso todos os lados concordam: é impossível que dois lados opostos entre si estejam, simultaneamente, “do lado certo”. Mas aquilo que é simples do ponto de vista lógico torna-se bem mais complexo, e também sombrio, quando encarado do ponto de vista moral; afinal, em cada universo considerado, mais ou menos metade das pessoas estarão, necessariamente, defendendo o mais errado entre os lados de um conflito no momento mesmo em que afirmam defender o lado certo. Continuar a ler “OS LADOS ERRADOS DA HISTÓRIA – por Francisco Fuchs”

TEXTOSTERONAS POLITICAMENTE IN CORRETOS – por Danyel Guerra

Desabafo da mãe de Marx- Em vez de estudar o capital, meu filho deveria ganhar o capital,

De um modo geral, a política se pode comparar aqueles filmes que contêm cenas eventualmente chocantes. Só que, no caso da política, são obscenas garantidamente chocantes. Continuar a ler “TEXTOSTERONAS POLITICAMENTE IN CORRETOS – por Danyel Guerra”

PROFUNDIDADE E AUTOCONHECIMENTO – por Teresa Escoval

Foto by Francesco Ungaro

 

“Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.” (Carl Jung)

Ser profundo é buscar o desenvolvimento interno e externo, integrando constantes processos de ajustamentos criativos, tomando para si próprio a mudança, ao mesmo tempo que se processa o equilíbrio e a auto-regulação do corpo/mente/alma. Continuar a ler “PROFUNDIDADE E AUTOCONHECIMENTO – por Teresa Escoval”

EDITORIAL – IDEIAS SOBRE A POBREZA – por Maria Toscano

Urgem ideias-comuns menos pobres
sobre a pobreza

Reflectir sobre a pobreza nesta época de Natal – desafio da Direcção da Revista Athena a que me cumpre corresponder como estudiosa dos processos de saída — ou requalificação social — de quem é reconhecido como tendo sido pobre.

Começo por recordar noção sólida e transversal aos diversos estudos sociais sobre o fenómeno: a pobreza é um problema multidimensional.

Quem não sabe disto? Quem pode afirmar que nunca ouviu o enunciado das diversas carências que se acumulam num modo de vida dito pobre? Ou, trocando por miúdos: nem a condição social para se ser pobre é linear, nem é gerada -decorrente-causada apenas por um factor.

Quem nunca contactou — numa notícia radiofónica, num debate televisivo, num documentário, mesmo num filme ou numa canção — com o relato da acumulação de carências ou da passagem da ‘falta’ de um recurso à centrifugação da vida pela reprodução da escassez ou ausência de recursos?

Enfim: quem nunca se apercebeu da dor múltipla em que o quotidiano se transforma quando se empobrece por desemprego, ou por um divórcio/separação, ou por maus tratos de cônjuge, ou por dificuldade ou desorganização entre os gastos feitos e os possíveis?

Acrescento: sendo a pobreza vivida por pessoas singulares e únicas, estas vivências integram, sempre e simultaneamente, sectores e meios onde essa condição é transversal e/ou partilhada — outra noção chave para a sociologia e os estudos dos sociais em torno da pobreza e da exclusão social.

Isto é: constatar a multiplicidade das carências vividas por quem vive em condição de pobreza de todo significa que tenham uma causa singular ou individual; é, sim, conseguir perceber que a multiplicidade dos factores é acentuada ou cruzada pela dimensão colectiva e social do que são modos de vida construídos como pobres e como não pobres. Modos de vida que se reproduzem pelos comportamentos, como pelas atitudes e pelas mentalidades, modos de pensar, de falar e de sentir.

Somos todos testemunhas.

Até talvez já tenhamos uma noção dos conceitos ou das teorias sobre a pobreza.

O problema parece-me estar justamente aqui: no facto de acreditarmos que temos uma ideia do assunto, pelo que, todos formulamos uma análise, ou várias, discordantes; e, claro, em consequência, acabarmos por concordar que “como sempre houve pobreza, continua a haver e sempre haverá pobreza”.

O problema é que, ainda que seja mais fácil-cómodo alinhar na frase comum de que “sempre houve pobreza” não temos evidências disso. Aliás, temos evidências de que as desigualdades entre os mais e os menos poderosos foi uma construção, crescentemente elaborada e justificada-legitimada para alimentar o conformismo e a desistência de contribuir para outra maneira de organizar recursos e vida social. A história humana ensina que foi a ‘descoberta’ da terra privada, das ferramentas, instrumentos e alfaias privadas, e a invenção dos alojamentos, dos parceiros e das crias gradualmente exclusivos e ‘privados’ que acelerou a emergência e gradual desigualdade de sectores sociais poderosos, menos poderosos e não poderosos. Desigualdades e poderes são determinantes na emergência e manutenção de realidades pobres.

De todo se pretende defender um – impossível – regresso ao passado ou o saudosismo das puras origens. O tema é: atenção a preconceitos, ideias-feitas disparatadas e sem qualquer suporte empírico-real-fundamentado.

A ciência tem o dever de se tornar clara e acessível – o cada vez tem conseguido mais, como cada vez mais integrar de forma explícita as noções com que governamos e conduzimos as nossas vidas globalizadas.

Sendo a pobreza uma condição multidimensional, colectiva e relacionalmente construída e legitimada e mantida-reproduzida, não bastam à sua mutação e superação  acções singulares, particulares e isolada no tempo e dos vários sistemas-contextos-sectores sociais.

A pobreza subjaz à degradação ecológica dos recursos do planeta; a pobreza suporta o tráfico de seres humanos; a pobreza alimenta as relações de género degradantes e agressivas (podendo estas desenvolverem-se noutros contextos não ‘pobres’); a pobreza estimula a competição, o individualismo, o insucesso escolar e a ignorância social; a pobreza é o rosto das incapacidades relacionais e de justiça que as nossas sociedades manifestam e, nalguns casos, aprofundam.

Somos todos testemunhas.

Sejamos todos sujeitos de mudança, a começar pela distância entre aquilo que pensamos e fazemos.

Ou, calemo-nos de vez e assumamos que, por sermos tão miseráveis, nem somos capazes de admitir que o fim da pobreza envolve e implica a todos, porque os recursos-mãe e os contextos e modos de legislar e organizar a vida são… colectivos, relacionais e sociais.

Que tal, neste Natal, deixarmos de nos convencer(mos) de que somos muito humanos e, de uma vez por todas, admitirmos que aquela gastíssima frase – “pois, sempre houve pobreza…” – sendo cómoda, é uma falácia, pois é um dos nossos comportamentos miseráveis que reproduzimos e nos faz, também por isso, sermos pobres?

Que tal assumirmos ideias menos pobres sobre a pobreza… e acções…?

 ♦♦♦

Maria (de Fátima C.) Toscano, Doutora em Sociologia. Docente Universitária, Investigadora e Formadora. Coach e Trainer em Programação Neurolinguística.
Figueira da Foz, 3 de Dezembro / 2022

MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XIX- por César Santos Silva

Cecília Meireles (Rua de)
Início:  Falcão (Rua do)
Fim: Camilo Pessanha (Rua de)
Designação desde 1971

Freguesia de Campanhã

Uma das mais consagradas poetisas bra­sileiras do século xx, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 7 de Novembro de 1901. Órfã de pai e mãe, neta e filha de açorianos, facto que viria a ter influên­cia na sua formação enquanto escritora, dado a sua avó lhe contar imensas histórias que aprendeu nos Açores. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XIX- por César Santos Silva”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVIII- por César Santos Silva

Carolina Michaelis de Vasconcelos (Escadas de) e ( Escola)
Início: Oliveira Monteiro (Rua de)
Fim: Infanta D. Maria (Rua de)

Designação desde 2001
Freguesia de Cedofeita
Designações anteriores: Rua de Públia Hortênsia (1948‑1957), Escadas do Liceu.

Carolina Wilhelme Michaelis de Vasconcelos, que também está consagrada numa escola da cidade do Porto e numa estação da linha do Metro do Porto, nasceu em Berlim, Alemanha, em 15 de Março de 1851. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVIII- por César Santos Silva”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVII – por César Santos Silva

 

Cândida Alves (Rua de)
Início: Trinitária (Rua da)
Fim: Cul‑de‑Sac 
Designação desde 2000
 Freguesia de Foz do Douro

Cândida Celeste Nogueira Alves nasceu no Porto em 1893, e desde jovem se tornou costureira. Rapidamente se torna famosa e ao seu ateliê acorrem as elites femininas da cidade que faziam questão que fosse a Candidinha, como era simpaticamente conhecida, a sua estilista oficial. O termo na época não existia e a palavra modista, era a única que se usava para designar a função, que só passado muitos anos é que se viu projectada para o lugar que ocupa hoje no mundo da moda. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVII – por César Santos Silva”

TEXTOSTERONA-PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS – V- por Danyel Guerra

Ralph Waldo Emerson

 ‘DA VIDA DOS ESCRITORES’

“A própria vida se converte numa citação”

      Ralph Waldo Emerson, citado por Jorge Luis Borges

Caro El tigre, sem ousar desacatar este prensamento de Emerson, eu prefiro que a própria vida se converta numa excitação.  

 o-o-o-o-o             

”No seu entender qual é o papel do escritor brasileiro hoje em dia?”

Entrevistador da TV Cultura (1977)

“É o de falar o menos possível!”

 Clarice Lispector Continuar a ler “TEXTOSTERONA-PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS – V- por Danyel Guerra”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVI – César Santos Silva

Beata D. Mafalda (Rua da)

Início : Senhora de Campanhã (Rua da)
Fim:  Buçaco (Rua do)
Designação desde: 1965
Freguesia de: Campanhã Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVI – César Santos Silva”

IVERMECTINA – A DROGA ASSASSINADA- por Francis Khan

A DROGA ASSASSINADA

A ivermectina na narrativa da Folha de São Paulo

  1. Introdução

O uso da ivermectina no tratamento e prevenção da Covid-19 é um dos capítulos mais controversos na história da pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Adotada em alguns países, inclusive na Europa, e rejeitada por muitos outros, prescrita por vários médicos e proscrita por inúmeros outros, objeto de dezenas de pesquisas clínicas consideradas inconclusivas por importantes órgãos públicos de saúde, a ivermectina tem provocado debates acirrados e ações judiciais em várias partes do mundo. O objetivo deste artigo não é oferecer uma resposta a essa polêmica. Tal resposta só pode ser fornecida pela ciência, ou seja, por meio da realização de estudos clínicos, de preferência randomizados e duplo-cegos (ensaios clínicos em dupla ocultação), e de meta-análises realizadas a partir desses e de outros estudos. O propósito deste artigo é outro: (a) analisar a narrativa a respeito do medicamento ivermectina em algumas reportagens publicadas em um importante veículo de imprensa brasileiro, o jornal Folha de São Paulo[i] e (b) verificar, a partir dessa análise, se a referida narrativa fundamenta-se no estado da arte da discussão científica. Continuar a ler “IVERMECTINA – A DROGA ASSASSINADA- por Francis Khan”

TEXTOSTERONA PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS – IV- por Danyel Guerra 

Zsa Zsa Gabor

  DONDOCAS E PERUAS

Uma dondoca, ex- amásia promovida a esposa, filosofa com uma congênere:  “Como se sabe, é na melhor mussolini que a nódoa cai”

o-o-o-o-o

Outra dondoca desabafa com uma perua: “Dizem que eu tenho mau feitio. Mas quem tem mau feitio é o vestido daquela sirigaita lá ao fundo.” Continuar a ler “TEXTOSTERONA PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS – IV- por Danyel Guerra “

MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XIV – por César Santos Silva

Cardosas (Passeio das)
Corre no lado sul da Praça da Liberdade
Liga o Largo dos Lóios à Praça de Almeida Garrett
Freguesia da Sé.

 

De facto, um nome que já não existe na toponímia portuense, dado o passeio ter sido adstrito à Praça da Liberdade. Mas dada a im­portância histórica e de se tratar de um topónimo feminino… Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XIV – por César Santos Silva”

EL ROL DEL NIñO DENTRO DEL CINE – por Claudia Vila Molina

El rol del niño dentro del cine: un producto de las condiciones sociales y políticas del contexto.

Charlie Chaplin e Jacquie Coogan no filme “The Boy”,

Las películas seleccionadas tienen como eje fundamental la figura del niño y  se desea demostrar cómo este arquetipo se desarrolla de diferentes maneras en los films The Kid de Charles Chaplin, El acorazado del Potemkin de Serguei M. Eisenstein y Alemania año cero de Roberto Rossellini. Continuar a ler “EL ROL DEL NIñO DENTRO DEL CINE – por Claudia Vila Molina”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO -XIII – por César Santos Silva

Berta Alves de Sousa(Rua de)
Início: Beneditina (Rua da)
Fim: Cul‑de‑Sac 
Designação desde 2000
Freguesia de Foz do Douro
Berta Alves de Souza e Guilhermina Suggia – Conservatório de Música- (Espólio de Berta Alves de Sousa)

Cândida Berta Alves de Sousa nasceu na Bélgica (Limoges), em 1906. Veio viver para a cidade do Porto e aqui vai desenvolver toda a sua vida ligada à música e à pedagogia. Aluna no Conservatório de Música do Porto, recolheu os ensinamentos de professores como Cláudio Carneiro, Moreira de Sá, Moreira de Sá e Luís Costa genro de Moreira de Sá e pai de Helena Sá Costa e Madalena Sá Costa. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO -XIII – por César Santos Silva”

ALGUNS LIVROS E O FUTURO DO FILÓSOFO- por Cecília Barreira

Foto de Quint Buchholz

Brendon Burchard nasceu 1977 nos EUA e é considerado o coacher mais famoso do mundo ocidental, tendo em 2017 publicado o premiado livro Os Seis Hábitos de Alta Performance (Lua de Papel, 2019). Continuar a ler “ALGUNS LIVROS E O FUTURO DO FILÓSOFO- por Cecília Barreira”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO -XII- por César Santos Silva

Cidália Meireles (Rua de) 
Início: Morgado Mateus (Rua do)
Fim: Santo Ildefonso (Rua de)
Designação desde 1974

Anteriores designações: Viela do Preto, Rua do Castanheiro
Freguesia: Bonfim
Cidália Meireles

Cidália Meireles nasceu no Porto em 1925, na rua que hoje ostenta o seu nome.

Cidália e as suas irmãs, Rosária e Milita eram alunas do Conservatório Nacional e foram in­centivadas a entrar para o mundo da música por Fernanda de Castro, mulher de António Ferro. Estava a nascer o trio «Irmãs Meireles», que começou a fazer sucesso sob a direcção do maestro Tavares Belo. Não se fizeram esperar os convites para cantar por todo o país, Espanha, e América do Sul. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO -XII- por César Santos Silva”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO XI- por César Santos Silva

Cândida Sá de Albergaria (Rua de)

Início: Fonte da Luz (Rua da)
Fim: Liége Cul‑de‑Sac 
Designação desde 1974 
Freguesia da Foz do Douro
Anterior designação: Rua Nova do Túnel

Cândida Sá de Albergaria, nascida em 1892, foi uma notável e persistente professora que, ao longo de várias décadas, leccionou na es­cola fundada por seu pai, Sá de Albergaria, também ele homenageado nas ruas do Porto, neste caso na freguesia de Nevogilde. Neste mester teve ajuda da sua irmã, Maria José de Albergaria, também ela professora. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO XI- por César Santos Silva”

NEM SÓ OS CAVALOS SE ABATEM – EDITORIAL por Danyel Guerra

 “In Berlin, by the wall, you were five foot ten inches tall”

                                             Lou Reed

1 – Me lembro como se tivesse sido ontem. Ou hoje. Ou amanhã. Na noite novembrina em que o Berliner Mauer  começou  a ser derrubado,  a martelo e à picareta, botei a rodar no som o disco ‘Berlin’, aquele álbum conceitual que Lou Reed publicou em 1973. Uma “trágica ópera rock”, que a crítica especializada acolheu com um olhar de soslaio. Continuar a ler “NEM SÓ OS CAVALOS SE ABATEM – EDITORIAL por Danyel Guerra”

ATHENA RECOMENDA: MONTSE WATKINS: Contos de Kamakura (teaser)

Spanish/Japanese) © 2019 innerLENS Productions © 2019 Elena Gallego Andrada.
Producer: Chelo Alvarez-Stehle 
Executive Producer: Elena Gallego Andrada
Director: Chelo Alvarez-Stehle
 Editor: Laura Sola Director of Photography: Jiro Kumakura
A Revista Athena tem o prazer de divulgar este magnifico projeto, que recupera a figura e obra de Montse Watkins, que através do seu trabalho e esforço incansável conseguiu, há 20 anos,  muitos direitos para os Nikei, no Japão, nomeadamente a melhoria das suas condições laborais e de vida,  tendo sido também pioneira na tradução directa da literatura do japonês para o espanhol.
Para mais informações sobre este projeto:

Montse Watkins www.montsewatkins.net

Continuar a ler “ATHENA RECOMENDA: MONTSE WATKINS: Contos de Kamakura (teaser)”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO- X- por César Santos Silva

Belém ( Rua )
Início – Contumil    Rua de)
Fim –   Nau Vitória ( Rua da )
Designação desde –  1948
Freguesia de:  Campanhã

No Bairro de Costa Cabral várias ruas, quase todas, são uma homenagem a freguesias de Lisboa.

Uma delas é consagrada a Nossa Senhora de Belém.

Belém é uma das freguesias da zona oriental de Lisboa e uma das mais bonitas, tendo en conta o enquadramento não só paisagístico, como arquitectónico. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO- X- por César Santos Silva”

RENDIMENTO BÁSICO INCONDICIONAL (RBI) – por Fernando Martinho Guimarães

Óleo sobre Tela. “Mendigos junto ao mar” de Pablo Picasso, 1903.

Apesar dos muitos problemas e falhanços sociais, políticos e económicos que vemos por este mundo fora, é inegável o progresso nas condições de acesso a uma vida melhor de muitos dos nossos semelhantes.

Estes avanços são particularmente visíveis nos domínios da saúde, da educação, na melhoria dos rendimentos e, por via disso, nos ganhos ao nível da igualdade de oportunidades e da capacidade de escolha, da liberdade.

Contudo, esta evidência não nos autoriza a acomodarmo-nos num optimismo ideológico que, por definição, esconde que muitos desses problemas sociais e económicos persistem e, em muitos aspectos, tendem a agravar-se.

Desde logo, a natureza do trabalho que o futuro promete. A inteligência artificial e a robotização trarão, trazem já, mudanças profundas no acesso ao trabalho e, com isso, ao rendimento disponível.

A exclusão social e a pobreza, realidades de hoje e ameaças quase certas de amanhã, obrigam-nos a reflectir sobre instrumentos possíveis para as minimizar ou, desejavelmente, as anular.

Ora, um dos instrumentos que tem vindo a ser cada vez mais debatido é a ideia de um rendimento básico universal e incondicionado.

A ideia é simples: a sociedade, o Estado, transfere directamente para cada indivíduo uma determinada quantia em dinheiro e esta transferência é universal e incondicionada. Empregado ou desempregado, rico ou pobre, todos receberiam mensalmente e sem condições esse rendimento básico.

É preciso dizer que esta ideia tem sido já experimentada em programas-piloto com sucesso desigual.

A Finlândia fez a experiência, só para desempregados, tendo abandonado o programa. A Escócia pondera levar à prática a ideia e a Suíça chegou mesmo a referendar o projecto do RBI que foi rejeitado por não estar especificado de onde vinha o dinheiro e qual o valor a ser distribuído.

Como em quase tudo que tem a ver com as questões sociais e políticas, encontramos argumentos a favor e argumentos contra.

Todos conhecemos a sentença segundo a qual não se deve dar peixe a quem dele precisa, mas sim ensinar a pescar. O que a sentença não diz é que para pescar é preciso cana, fio, anzol e isco. E muitos de nós não temos nada disso!

O rendimento mínimo garantido ou rendimento de inserção social deveriam ser a cana, o fio, o anzol e o isco, mas não são. Os sucessivos e intermináveis programas de combate à pobreza e exclusão social também não parece que o sejam.

A transferência directa e incondicionada dum rendimento mensal permitiria eliminar muitas das entidades intermediárias que levam as prestações sociais às pessoas. Para além de eficaz, afastaria o estigma social que está sempre associado a um sistema providencialista e mesmo assistencialista.

É que a pobreza custa muito dinheiro, nos custos da saúde, no insucesso escolar, nas taxas de criminalidade. O RBI, dizem os seus defensores, permitiria, se não eliminar, pelo menos reduzir drasticamente as consequências negativas associadas à pobreza.

Por outro lado, os críticos apontam objecções de natureza ética e política.

O RBI é imoral porque promove modos de vida baseados no ócio e na preguiça e, ainda, porque não incentiva à procura de trabalho. É possível que assim seja, mas não é certo que seja assim!

A objecção de natureza política é mais forte: se não é obrigatório trabalhar, então isso é injusto, uma vez que para que uns possam viver na ociosidade, outros têm de trabalhar.

Talvez haja aqui alguma injustiça, mas um sistema justo é aquele que maximiza a igualdade de oportunidades e a liberdade. E a sociedade que temos hoje é, indiscutivelmente, profundamente injusta!

Ponta Delgada, Fernando Martinho Guimarães

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Fernando Martinho Guimarães (1960) Nascido transmontano (Alijó, Vila Real), foi na cidade do Porto que viveu até aos princípios dos anos 80. De formação filosófi­ca e literária, a sua produção ensaística e poética reflecte essa duplicidade. Com colaboração dispersa, no Letras & Letras (Porto), revista Vértice e Parnasur (Revista literária galaico-portuguesa), no Suplemento Açoriano de Cultura do Correio dos Açores, passando pelo jornal Horizonte (Cidade da Praia, Cabo Verde), tem dedicado a sua actividade ensaística à poesia portuguesa e galega. De entre os portugue­ses é de destacar a poesia de António Ramos Rosa que foi tema da tese de Mestrado em Literatura e Cultura Portuguesa Contemporânea. Da poesia galega, a sua ensaística tem incidi­do sobre a poesia de Luisa Villalta (I Jornadas de Letras Gale­gas de Lisboa, 1998) e a de Manuel António (Colóquio Escritas do Rio Atlântico, Funchal, 2001).

Publicou em 1996 A Invenção da Morte (ensaio), em 2000 56 Poemas, em 2003 Ilhas Suspensas (edição bilingue, cas­telhano/português), em 2005 Apenas um Tédio que a doer não chega e em 2008 Crónicas.

MULHERES NAS RUAS DO PORTO IX- por César Santos Silva

Beata D. Mafalda (Rua da)

 

Início – Senhora de Campanhã (Rua da)
Fim – Buçaco (Rua do)
Designação desde – 1965
Freguesia de: Campanhã

A Beata D. Mafalda nasceu em 1200, era filha de D.. Sancho e de D. Dulce de Aragão, o seu nome é uma homenagem à sua avó, D. Mafalda de Sabóia, filha de Amadeu III e mulher de D. Afonso Henriques.
A sua vida estava talhada, como muitas da sua condição, para ser moeda de troca das políticas régias.
O casamento das mulheres da corte ( filhas dos reis em exercício ), como parte da rede de intrincadas alianças políticas, mas sem elas terem voz activa na escolha do seu destino.
Fruto desta lógica, e tendo como pano de fundo a necessidade de ganhar apoios em Castela contra os Árabes, D.Mafalda é induzida a casar com Henrique I de Castela, que à época tinha onze anos. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO IX- por César Santos Silva”

YUVAL HARARI, O FILÓSOFO DA MODA NO MUNDO GLOBAL- por Cecília Barreira

©Daniel Naber

Considerações sobre Yuval Harari,  o Filósofo da moda no mundo global

Yuval Noah Harari, israelita, professor de história em Jerusalém, incendiou o mundo com as obras já traduzidas em português Homo Deus, História Breve do Amanhã e 21 Lições para o Século XXI.  Com pendor filosófico e profético justifica as suas argumentações com o perigo das tecnologias e o medo da invasão de dados pessoais através da net e das redes sociais.

As contradições nos seus livros são imensas e até passam por branquear a figura de Hitler, comparando-o a um “humanista evolutivo”.  O único alvo deste historiador especializado em Idade Média são as altas tecnologias. Em relação a esse aspeto, Harari sem o mencionar tenta matar Sartre e os existencialistas que acreditavam no poder decisório dos homens. Continuar a ler “YUVAL HARARI, O FILÓSOFO DA MODA NO MUNDO GLOBAL- por Cecília Barreira”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO VIII – por César Santos Silva

Assunção (Rua da)

 

Início – Clérigos (Rua dos)

Fim – Mártires da Pátria (Campo dos)

Freguesia de: Vitória

No seio do Cristianismo, os católicos e os ortodoxos têm a crença que Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO VIII – por César Santos Silva”