
De um modo geral, a política se pode comparar aqueles filmes que contêm cenas eventualmente chocantes. Só que, no caso da política, são obscenas garantidamente chocantes. Continuar a ler “TEXTOSTERONAS POLITICAMENTE IN CORRETOS – por Danyel Guerra”
De um modo geral, a política se pode comparar aqueles filmes que contêm cenas eventualmente chocantes. Só que, no caso da política, são obscenas garantidamente chocantes. Continuar a ler “TEXTOSTERONAS POLITICAMENTE IN CORRETOS – por Danyel Guerra”
“Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.” (Carl Jung)
Ser profundo é buscar o desenvolvimento interno e externo, integrando constantes processos de ajustamentos criativos, tomando para si próprio a mudança, ao mesmo tempo que se processa o equilíbrio e a auto-regulação do corpo/mente/alma. Continuar a ler “PROFUNDIDADE E AUTOCONHECIMENTO – por Teresa Escoval”
Urgem ideias-comuns menos pobres
sobre a pobreza
Reflectir sobre a pobreza nesta época de Natal – desafio da Direcção da Revista Athena a que me cumpre corresponder como estudiosa dos processos de saída — ou requalificação social — de quem é reconhecido como tendo sido pobre.
Começo por recordar noção sólida e transversal aos diversos estudos sociais sobre o fenómeno: a pobreza é um problema multidimensional.
Quem não sabe disto? Quem pode afirmar que nunca ouviu o enunciado das diversas carências que se acumulam num modo de vida dito pobre? Ou, trocando por miúdos: nem a condição social para se ser pobre é linear, nem é gerada -decorrente-causada apenas por um factor.
Quem nunca contactou — numa notícia radiofónica, num debate televisivo, num documentário, mesmo num filme ou numa canção — com o relato da acumulação de carências ou da passagem da ‘falta’ de um recurso à centrifugação da vida pela reprodução da escassez ou ausência de recursos?
Enfim: quem nunca se apercebeu da dor múltipla em que o quotidiano se transforma quando se empobrece por desemprego, ou por um divórcio/separação, ou por maus tratos de cônjuge, ou por dificuldade ou desorganização entre os gastos feitos e os possíveis?
Acrescento: sendo a pobreza vivida por pessoas singulares e únicas, estas vivências integram, sempre e simultaneamente, sectores e meios onde essa condição é transversal e/ou partilhada — outra noção chave para a sociologia e os estudos dos sociais em torno da pobreza e da exclusão social.
Isto é: constatar a multiplicidade das carências vividas por quem vive em condição de pobreza de todo significa que tenham uma causa singular ou individual; é, sim, conseguir perceber que a multiplicidade dos factores é acentuada ou cruzada pela dimensão colectiva e social do que são modos de vida construídos como pobres e como não pobres. Modos de vida que se reproduzem pelos comportamentos, como pelas atitudes e pelas mentalidades, modos de pensar, de falar e de sentir.
Somos todos testemunhas.
Até talvez já tenhamos uma noção dos conceitos ou das teorias sobre a pobreza.
O problema parece-me estar justamente aqui: no facto de acreditarmos que temos uma ideia do assunto, pelo que, todos formulamos uma análise, ou várias, discordantes; e, claro, em consequência, acabarmos por concordar que “como sempre houve pobreza, continua a haver e sempre haverá pobreza”.
O problema é que, ainda que seja mais fácil-cómodo alinhar na frase comum de que “sempre houve pobreza” não temos evidências disso. Aliás, temos evidências de que as desigualdades entre os mais e os menos poderosos foi uma construção, crescentemente elaborada e justificada-legitimada para alimentar o conformismo e a desistência de contribuir para outra maneira de organizar recursos e vida social. A história humana ensina que foi a ‘descoberta’ da terra privada, das ferramentas, instrumentos e alfaias privadas, e a invenção dos alojamentos, dos parceiros e das crias gradualmente exclusivos e ‘privados’ que acelerou a emergência e gradual desigualdade de sectores sociais poderosos, menos poderosos e não poderosos. Desigualdades e poderes são determinantes na emergência e manutenção de realidades pobres.
De todo se pretende defender um – impossível – regresso ao passado ou o saudosismo das puras origens. O tema é: atenção a preconceitos, ideias-feitas disparatadas e sem qualquer suporte empírico-real-fundamentado.
A ciência tem o dever de se tornar clara e acessível – o cada vez tem conseguido mais, como cada vez mais integrar de forma explícita as noções com que governamos e conduzimos as nossas vidas globalizadas.
Sendo a pobreza uma condição multidimensional, colectiva e relacionalmente construída e legitimada e mantida-reproduzida, não bastam à sua mutação e superação acções singulares, particulares e isolada no tempo e dos vários sistemas-contextos-sectores sociais.
A pobreza subjaz à degradação ecológica dos recursos do planeta; a pobreza suporta o tráfico de seres humanos; a pobreza alimenta as relações de género degradantes e agressivas (podendo estas desenvolverem-se noutros contextos não ‘pobres’); a pobreza estimula a competição, o individualismo, o insucesso escolar e a ignorância social; a pobreza é o rosto das incapacidades relacionais e de justiça que as nossas sociedades manifestam e, nalguns casos, aprofundam.
Somos todos testemunhas.
Sejamos todos sujeitos de mudança, a começar pela distância entre aquilo que pensamos e fazemos.
Ou, calemo-nos de vez e assumamos que, por sermos tão miseráveis, nem somos capazes de admitir que o fim da pobreza envolve e implica a todos, porque os recursos-mãe e os contextos e modos de legislar e organizar a vida são… colectivos, relacionais e sociais.
Que tal, neste Natal, deixarmos de nos convencer(mos) de que somos muito humanos e, de uma vez por todas, admitirmos que aquela gastíssima frase – “pois, sempre houve pobreza…” – sendo cómoda, é uma falácia, pois é um dos nossos comportamentos miseráveis que reproduzimos e nos faz, também por isso, sermos pobres?
Que tal assumirmos ideias menos pobres sobre a pobreza… e acções…?
♦♦♦
Maria (de Fátima C.) Toscano, Doutora em Sociologia. Docente Universitária, Investigadora e Formadora. Coach e Trainer em Programação Neurolinguística.
Figueira da Foz, 3 de Dezembro / 2022
Cecília Meireles (Rua de)
Início: Falcão (Rua do)
Fim: Camilo Pessanha (Rua de)
Designação desde 1971
Freguesia de Campanhã
Uma das mais consagradas poetisas brasileiras do século xx, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 7 de Novembro de 1901. Órfã de pai e mãe, neta e filha de açorianos, facto que viria a ter influência na sua formação enquanto escritora, dado a sua avó lhe contar imensas histórias que aprendeu nos Açores. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XIX- por César Santos Silva”
Carolina Michaelis de Vasconcelos (Escadas de) e ( Escola)
Início: Oliveira Monteiro (Rua de)
Fim: Infanta D. Maria (Rua de)
Designação desde 2001
Freguesia de Cedofeita
Designações anteriores: Rua de Públia Hortênsia (1948‑1957), Escadas do Liceu.
Carolina Wilhelme Michaelis de Vasconcelos, que também está consagrada numa escola da cidade do Porto e numa estação da linha do Metro do Porto, nasceu em Berlim, Alemanha, em 15 de Março de 1851. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVIII- por César Santos Silva”
Cândida Alves (Rua de) Início: Trinitária (Rua da) Fim: Cul‑de‑Sac Designação desde 2000 Freguesia de Foz do Douro
Cândida Celeste Nogueira Alves nasceu no Porto em 1893, e desde jovem se tornou costureira. Rapidamente se torna famosa e ao seu ateliê acorrem as elites femininas da cidade que faziam questão que fosse a Candidinha, como era simpaticamente conhecida, a sua estilista oficial. O termo na época não existia e a palavra modista, era a única que se usava para designar a função, que só passado muitos anos é que se viu projectada para o lugar que ocupa hoje no mundo da moda. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVII – por César Santos Silva”
Ralph Waldo Emerson, citado por Jorge Luis Borges
Caro El tigre, sem ousar desacatar este prensamento de Emerson, eu prefiro que a própria vida se converta numa excitação.
o-o-o-o-o
”No seu entender qual é o papel do escritor brasileiro hoje em dia?”
Entrevistador da TV Cultura (1977)
“É o de falar o menos possível!”
Clarice Lispector Continuar a ler “TEXTOSTERONA-PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS – V- por Danyel Guerra”
Beata D. Mafalda (Rua da)
Início : Senhora de Campanhã (Rua da)
Fim: Buçaco (Rua do)
Designação desde: 1965
Freguesia de: Campanhã Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVI – César Santos Silva”
A DROGA ASSASSINADA
A ivermectina na narrativa da Folha de São Paulo
O uso da ivermectina no tratamento e prevenção da Covid-19 é um dos capítulos mais controversos na história da pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Adotada em alguns países, inclusive na Europa, e rejeitada por muitos outros, prescrita por vários médicos e proscrita por inúmeros outros, objeto de dezenas de pesquisas clínicas consideradas inconclusivas por importantes órgãos públicos de saúde, a ivermectina tem provocado debates acirrados e ações judiciais em várias partes do mundo. O objetivo deste artigo não é oferecer uma resposta a essa polêmica. Tal resposta só pode ser fornecida pela ciência, ou seja, por meio da realização de estudos clínicos, de preferência randomizados e duplo-cegos (ensaios clínicos em dupla ocultação), e de meta-análises realizadas a partir desses e de outros estudos. O propósito deste artigo é outro: (a) analisar a narrativa a respeito do medicamento ivermectina em algumas reportagens publicadas em um importante veículo de imprensa brasileiro, o jornal Folha de São Paulo[i] e (b) verificar, a partir dessa análise, se a referida narrativa fundamenta-se no estado da arte da discussão científica. Continuar a ler “IVERMECTINA – A DROGA ASSASSINADA- por Francis Khan”
DONDOCAS E PERUAS
Uma dondoca, ex- amásia promovida a esposa, filosofa com uma congênere: “Como se sabe, é na melhor mussolini que a nódoa cai”
o-o-o-o-o
Outra dondoca desabafa com uma perua: “Dizem que eu tenho mau feitio. Mas quem tem mau feitio é o vestido daquela sirigaita lá ao fundo.” Continuar a ler “TEXTOSTERONA PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS – IV- por Danyel Guerra “
Cardosas (Passeio das)
Corre no lado sul da Praça da Liberdade
Liga o Largo dos Lóios à Praça de Almeida Garrett
Freguesia da Sé.
De facto, um nome que já não existe na toponímia portuense, dado o passeio ter sido adstrito à Praça da Liberdade. Mas dada a importância histórica e de se tratar de um topónimo feminino… Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XIV – por César Santos Silva”
El rol del niño dentro del cine: un producto de las condiciones sociales y políticas del contexto.
Las películas seleccionadas tienen como eje fundamental la figura del niño y se desea demostrar cómo este arquetipo se desarrolla de diferentes maneras en los films The Kid de Charles Chaplin, El acorazado del Potemkin de Serguei M. Eisenstein y Alemania año cero de Roberto Rossellini. Continuar a ler “EL ROL DEL NIñO DENTRO DEL CINE – por Claudia Vila Molina”
Berta Alves de Sousa(Rua de)
Início: Beneditina (Rua da)
Fim: Cul‑de‑Sac
Designação desde 2000
Freguesia de Foz do Douro
Cândida Berta Alves de Sousa nasceu na Bélgica (Limoges), em 1906. Veio viver para a cidade do Porto e aqui vai desenvolver toda a sua vida ligada à música e à pedagogia. Aluna no Conservatório de Música do Porto, recolheu os ensinamentos de professores como Cláudio Carneiro, Moreira de Sá, Moreira de Sá e Luís Costa genro de Moreira de Sá e pai de Helena Sá Costa e Madalena Sá Costa. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO -XIII – por César Santos Silva”
Brendon Burchard nasceu 1977 nos EUA e é considerado o coacher mais famoso do mundo ocidental, tendo em 2017 publicado o premiado livro Os Seis Hábitos de Alta Performance (Lua de Papel, 2019). Continuar a ler “ALGUNS LIVROS E O FUTURO DO FILÓSOFO- por Cecília Barreira”
Cidália Meireles (Rua de) Início: Morgado Mateus (Rua do) Fim: Santo Ildefonso (Rua de) Designação desde 1974 Anteriores designações: Viela do Preto, Rua do Castanheiro Freguesia: Bonfim
Cidália Meireles nasceu no Porto em 1925, na rua que hoje ostenta o seu nome.
Cidália e as suas irmãs, Rosária e Milita eram alunas do Conservatório Nacional e foram incentivadas a entrar para o mundo da música por Fernanda de Castro, mulher de António Ferro. Estava a nascer o trio «Irmãs Meireles», que começou a fazer sucesso sob a direcção do maestro Tavares Belo. Não se fizeram esperar os convites para cantar por todo o país, Espanha, e América do Sul. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO -XII- por César Santos Silva”
Cândida Sá de Albergaria (Rua de)
Início: Fonte da Luz (Rua da) Fim: Liége Cul‑de‑Sac Designação desde 1974 Freguesia da Foz do Douro Anterior designação: Rua Nova do Túnel
Cândida Sá de Albergaria, nascida em 1892, foi uma notável e persistente professora que, ao longo de várias décadas, leccionou na escola fundada por seu pai, Sá de Albergaria, também ele homenageado nas ruas do Porto, neste caso na freguesia de Nevogilde. Neste mester teve ajuda da sua irmã, Maria José de Albergaria, também ela professora. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO XI- por César Santos Silva”
“In Berlin, by the wall, you were five foot ten inches tall”
Lou Reed
1 – Me lembro como se tivesse sido ontem. Ou hoje. Ou amanhã. Na noite novembrina em que o Berliner Mauer começou a ser derrubado, a martelo e à picareta, botei a rodar no som o disco ‘Berlin’, aquele álbum conceitual que Lou Reed publicou em 1973. Uma “trágica ópera rock”, que a crítica especializada acolheu com um olhar de soslaio. Continuar a ler “NEM SÓ OS CAVALOS SE ABATEM – EDITORIAL por Danyel Guerra”
Belém ( Rua ) Início – Contumil ↔ Rua de) Fim – Nau Vitória ( Rua da ) Designação desde – 1948 Freguesia de: Campanhã
No Bairro de Costa Cabral várias ruas, quase todas, são uma homenagem a freguesias de Lisboa.
Uma delas é consagrada a Nossa Senhora de Belém.
Belém é uma das freguesias da zona oriental de Lisboa e uma das mais bonitas, tendo en conta o enquadramento não só paisagístico, como arquitectónico. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO- X- por César Santos Silva”
Apesar dos muitos problemas e falhanços sociais, políticos e económicos que vemos por este mundo fora, é inegável o progresso nas condições de acesso a uma vida melhor de muitos dos nossos semelhantes.
Estes avanços são particularmente visíveis nos domínios da saúde, da educação, na melhoria dos rendimentos e, por via disso, nos ganhos ao nível da igualdade de oportunidades e da capacidade de escolha, da liberdade.
Contudo, esta evidência não nos autoriza a acomodarmo-nos num optimismo ideológico que, por definição, esconde que muitos desses problemas sociais e económicos persistem e, em muitos aspectos, tendem a agravar-se.
Desde logo, a natureza do trabalho que o futuro promete. A inteligência artificial e a robotização trarão, trazem já, mudanças profundas no acesso ao trabalho e, com isso, ao rendimento disponível.
A exclusão social e a pobreza, realidades de hoje e ameaças quase certas de amanhã, obrigam-nos a reflectir sobre instrumentos possíveis para as minimizar ou, desejavelmente, as anular.
Ora, um dos instrumentos que tem vindo a ser cada vez mais debatido é a ideia de um rendimento básico universal e incondicionado.
A ideia é simples: a sociedade, o Estado, transfere directamente para cada indivíduo uma determinada quantia em dinheiro e esta transferência é universal e incondicionada. Empregado ou desempregado, rico ou pobre, todos receberiam mensalmente e sem condições esse rendimento básico.
É preciso dizer que esta ideia tem sido já experimentada em programas-piloto com sucesso desigual.
A Finlândia fez a experiência, só para desempregados, tendo abandonado o programa. A Escócia pondera levar à prática a ideia e a Suíça chegou mesmo a referendar o projecto do RBI que foi rejeitado por não estar especificado de onde vinha o dinheiro e qual o valor a ser distribuído.
Como em quase tudo que tem a ver com as questões sociais e políticas, encontramos argumentos a favor e argumentos contra.
Todos conhecemos a sentença segundo a qual não se deve dar peixe a quem dele precisa, mas sim ensinar a pescar. O que a sentença não diz é que para pescar é preciso cana, fio, anzol e isco. E muitos de nós não temos nada disso!
O rendimento mínimo garantido ou rendimento de inserção social deveriam ser a cana, o fio, o anzol e o isco, mas não são. Os sucessivos e intermináveis programas de combate à pobreza e exclusão social também não parece que o sejam.
A transferência directa e incondicionada dum rendimento mensal permitiria eliminar muitas das entidades intermediárias que levam as prestações sociais às pessoas. Para além de eficaz, afastaria o estigma social que está sempre associado a um sistema providencialista e mesmo assistencialista.
É que a pobreza custa muito dinheiro, nos custos da saúde, no insucesso escolar, nas taxas de criminalidade. O RBI, dizem os seus defensores, permitiria, se não eliminar, pelo menos reduzir drasticamente as consequências negativas associadas à pobreza.
Por outro lado, os críticos apontam objecções de natureza ética e política.
O RBI é imoral porque promove modos de vida baseados no ócio e na preguiça e, ainda, porque não incentiva à procura de trabalho. É possível que assim seja, mas não é certo que seja assim!
A objecção de natureza política é mais forte: se não é obrigatório trabalhar, então isso é injusto, uma vez que para que uns possam viver na ociosidade, outros têm de trabalhar.
Talvez haja aqui alguma injustiça, mas um sistema justo é aquele que maximiza a igualdade de oportunidades e a liberdade. E a sociedade que temos hoje é, indiscutivelmente, profundamente injusta!
Ponta Delgada, Fernando Martinho Guimarães
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Fernando Martinho Guimarães (1960) Nascido transmontano (Alijó, Vila Real), foi na cidade do Porto que viveu até aos princípios dos anos 80. De formação filosófica e literária, a sua produção ensaística e poética reflecte essa duplicidade. Com colaboração dispersa, no Letras & Letras (Porto), revista Vértice e Parnasur (Revista literária galaico-portuguesa), no Suplemento Açoriano de Cultura do Correio dos Açores, passando pelo jornal Horizonte (Cidade da Praia, Cabo Verde), tem dedicado a sua actividade ensaística à poesia portuguesa e galega. De entre os portugueses é de destacar a poesia de António Ramos Rosa que foi tema da tese de Mestrado em Literatura e Cultura Portuguesa Contemporânea. Da poesia galega, a sua ensaística tem incidido sobre a poesia de Luisa Villalta (I Jornadas de Letras Galegas de Lisboa, 1998) e a de Manuel António (Colóquio Escritas do Rio Atlântico, Funchal, 2001).
Publicou em 1996 A Invenção da Morte (ensaio), em 2000 56 Poemas, em 2003 Ilhas Suspensas (edição bilingue, castelhano/português), em 2005 Apenas um Tédio que a doer não chega e em 2008 Crónicas.
Início – Senhora de Campanhã (Rua da) Fim – Buçaco (Rua do) Designação desde – 1965 Freguesia de: Campanhã
A Beata D. Mafalda nasceu em 1200, era filha de D.. Sancho e de D. Dulce de Aragão, o seu nome é uma homenagem à sua avó, D. Mafalda de Sabóia, filha de Amadeu III e mulher de D. Afonso Henriques.
A sua vida estava talhada, como muitas da sua condição, para ser moeda de troca das políticas régias.
O casamento das mulheres da corte ( filhas dos reis em exercício ), como parte da rede de intrincadas alianças políticas, mas sem elas terem voz activa na escolha do seu destino.
Fruto desta lógica, e tendo como pano de fundo a necessidade de ganhar apoios em Castela contra os Árabes, D.Mafalda é induzida a casar com Henrique I de Castela, que à época tinha onze anos. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO IX- por César Santos Silva”
Considerações sobre Yuval Harari, o Filósofo da moda no mundo global
Yuval Noah Harari, israelita, professor de história em Jerusalém, incendiou o mundo com as obras já traduzidas em português Homo Deus, História Breve do Amanhã e 21 Lições para o Século XXI. Com pendor filosófico e profético justifica as suas argumentações com o perigo das tecnologias e o medo da invasão de dados pessoais através da net e das redes sociais.
As contradições nos seus livros são imensas e até passam por branquear a figura de Hitler, comparando-o a um “humanista evolutivo”. O único alvo deste historiador especializado em Idade Média são as altas tecnologias. Em relação a esse aspeto, Harari sem o mencionar tenta matar Sartre e os existencialistas que acreditavam no poder decisório dos homens. Continuar a ler “YUVAL HARARI, O FILÓSOFO DA MODA NO MUNDO GLOBAL- por Cecília Barreira”
Assunção (Rua da)
Início – Clérigos (Rua dos)
Fim – Mártires da Pátria (Campo dos)
Freguesia de: Vitória
No seio do Cristianismo, os católicos e os ortodoxos têm a crença que Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO VIII – por César Santos Silva”
Krzysztof estava atordoado. Não entendia porque Jadwiga ainda lhe delegava aquelas tarefas aparentemente fáceis, como comprar no mercado um Baranek Wielkanocny. Poucas coisas ainda eram fáceis para Krzysztof, mas Jadwiga parecia não entender ou não aceitar que assim fosse. Seu homem podia ser simples e até podia, àquela altura da vida, estar um pouco confuso, mas já havia construído mais casas do que era capaz de contar, abrigando dos rigores do inverno velhos e moços, letrados e iletrados, católicos e ateus; e mesmo sem ter jamais conhecido essas gentes, rezava diariamente para que vivessem em harmonia, pois, na sua visão, apenas assim poderia considerar completo seu trabalho. Continuar a ler “BARANEK WIELKANOCNY – por Francisco Fuchs”
A espiritualidade está na moda. Para onde quer que nos viremos, uma oferta praticamente infinita de “mestres”, workshops, eventos, livros, encontros, cursos… acenam-nos com uma vida mais “espiritual” ou, pelo menos, mais feliz e mais leve. “Mestres”, em formatos praticamente infinitos, musculados, barbudos, sérios ou divertidos, inflamados ou seráficos, condescendentes ou implacáveis, prometem resolver os nossos problemas a troco de alguns euros. Workshops e eventos sobre temas inimagináveis, desde a leitura de auras até ao alinhamento dos chakras, passando pelas mais diversas terapias de cristais garantem eliminar ou, pelo menos moderar, as nossas dúvidas existenciais. Escolas de Ioga, orientadas por instrutores em poses acrobáticas e vestidos de branco imaculado prometem a libertação de todas as nossas tensões se conseguirmos poses espampanantes. Escolas ou grupos espirituais dedicam-se a interpretar, numa linguagem impenetrável e metafórica os segredos dos Vedas, dos Upanishads, do Corão, da Cabala…
Na esfera do show-business, muitas “celebridades” fazem da “espiritualidade” um instrumento de auto-promoção. Quem não recorda a adesão de Madonna, Britney Spears, Ashton Kutcher, Demi Moore, David Beckham, Guy Ritchie…aos estudos da Cabala (possivelmente, sem fazerem a menor ideia do que isso seja). Por todo o lado, verifica-se um aproveitamento, muitas vezes oportunista, de tradições espirituais do oriente que são rapidamente transformadas em caricaturas do original, onde os objectivos centrais de transformação interna são levianamente substituídos por rituais e cerimoniais pseudo-místicos, uma atmosfera lamechas de beijos e abraços teatrais, uma vocabulário cor-de-rosa e piegas (imediatamente abandonado à primeira contrariedade), um cortejo de vestuário exótico e extravagante, um espaço de convívio que engane o vazio do quotidiano, um lugar simpático para iniciar talvez uma relação romântica de ocasião, uma atracção sensual pelo carisma do “mestre”, a mera curiosidade diletante…, no fundo, o culto da forma em todo o seu esplendor tão típico dos tempos modernos.
Continuar a ler “O “MERCADO” DA ESPIRITUALIDADE-por José Caldas”
Para mim o amor é liberdade, porque só alguém livre é capaz de receber com a mesma gratidão com que doa. É um sentimento que quando ambos sabem amar do mesmo jeito, permite sentir respeito pelo ser interior da outra pessoa e, em simultâneo, deixar o seu interior também intocável. Se isso acontece qualquer dos dois pode tomar decisões sem que isso provoque mágoa no outro, porque há respeito pela privacidade e pelo crescimento individual de cada um, mas também há partilha e crescimento conjunto, enquanto casal amoroso. Ambos já conseguem amar incondicionalmente.
Se há algo que um tem de permitir ao outro e vice-versa é apenas que cada um fique do tamanho certo. Ou seja, ambos devem sentir-se de igual para igual, grandes e a crescer na mesma medida. É sentirem que esse amor é nutrido na aceitação, gratidão, alegria e respeito. É amar sem condições e sem limites, sem críticas nem exigências, dando-se e doando-se com compreensão, carinho, sã e transparente vivência e pela construção de um caminho conjunto.
Quando o par amoroso aceita o Presente de cada um, sem haver posse, carência, apego, ciúme, exigência, quer dizer que esse amor permanece com solidez, com consciência de que há equilíbrio entre o dar e o receber. Tudo é fresco, suave, vital, consistente e alegre.
É um amor que cuida, que está atento, que quer ficar por perto, que se sente completo, que dá força para seguir em frente e implementar sonhos individuais e conjuntos. É um amor que não absorve, completa.
É necessário que cada um ande o seu próprio caminho, para que o amor possa guiar os passos de cada. Pois aquele que por outro é guiado (aqui usado o termo no sentido do controle), não pode falar de amor; mas de submissão. Como aquele que busca impor a sua vontade, não procede em nome do amor; mas das suas próprias carências.
Eis que a plenitude não pode brotar senão de si própria. E como poderemos conhecer a plenitude do amor, se cada um de nós não estiver pleno em si mesmo?
Precisamos compreender então o significado de liberdade. Precisamos descobrir sozinhos o que significa amar, porque se não amarmos, nunca seremos atentos, e pior, nunca seremos gratos.
Mas, o que significa ser atento? Significa que dou sem que me peçam algo que o outro necessita. É ter a sensibilidade para perceber os movimentos ao seu redor e os movimentos da vida. É sentir que o amor é uma força inesgotável em si.
Citando Osho: “O amor não é uma quantidade, mas uma qualidade! Qualidade de uma certa categoria que cresce ao se dar e morre se você a segura. Seja realmente esbanjador!”
Deixe que o amor seja uma ajuda para seu crescimento espiritual. Deixe que o amor se torne um alimento para o seu coração, a coragem de se abrir à vida em todo o seu esplendor.
E, ao doar-me assim, recebo o melhor do outro, todo o seu amor e impecabilidade. A vivência deste amor em plenitude, permite-nos manter a liberdade e termos a certeza de que está nas nossas mãos a grande árvore da vida! Essa árvore é fruto das nossas escolhas.
Nesta minha aprendizagem terrena e de evolução, concluí que a verdadeira liberdade é a que nos faz crescer humanamente e que nos dá paz e amor para avançar a cada momento, inteiros, completos e felizes e nos permite irradiar isso aos demais.
Por isso, posso dizer-vos que é necessário prestar atenção em tudo o que nos rodeia, centrarmo-nos só naquilo que queremos que aconteça, desejar o que nos acrescenta valor e nos faz sentir feliz, ao mesmo tempo que curamos as crenças que trazemos nas nossas memórias, que curamos padrões culturais e familiares que nos foram uteis em termos de aprendizagem mas que agora temos de largar e deixar ir, para que o nosso caminho seja mais leve, tranquilo e doce.
Aprendi a perguntar-me, antes de agir, se é mesmo aquilo que desejo e sinto que é o melhor para mim. Permito-me ficar em silencio e escutar a resposta, sem que a lógica me tente sabotar. Hoje sei que só eu sou dona do meu poder pessoal e nada nem ninguém tem o poder suficiente para impedir-me de fazer o que desejo e o que mereço.
Logo, sei que a decisão é correcta se ela me permite ficar em paz e em amor! E tomo-a no presente! Hoje, mais uma vez, permito-me amar-me e amar-te. Permito-me a abertura de Consciência para tudo, para o novo e vital na minha vida.
Assim sendo, ouso deixar-te aqui algumas questões que te podem vir a permitir abrir a tua consciência, se também ousares confiar em ti e ouvires as respostas. Trata-se apenas de uma ousadia minha para te por a reflectir sobre o encontro contigo próprio(a) e te permitires tomar as rédeas da tua vida. Eis que são:
Desejo que cheguem até ti, rapidamente, com uma visão clara, as respostas certas. Ouve-as e segue-as com confiança, pois a nossa intuição é a nossa melhor amiga e permite-nos aproveitar a vida com merecimento. Ama-te e desenvolve-te a cada dia mais! Permite esse encontro com a tua essência e verás resultados maravilhosos.
E citando Osho de novo: “Aqueles que entenderam o sentido da vida falaram apenas para quem é capaz de entender o Amor, porque o Amor é o sentido da vida”.
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Teresa Escoval é Pós-Graduada em Gestão de Recursos Humanos, Licenciada em Sociologia, Bacharel em Gestão de Empresas. Desempenhou vários lugares de chefia na área Financeira e Gestão de Recursos Humanos. Desde 1994 que gere e desenvolve um negócio próprio na área do emprego, diagnóstico /desenvolvimento organizacional e formação. Mantém colaboração regular, desde 2007, com várias revistas, onde são publicados artigos sobre diversas temáticas, que é autora.
Alguns Protagonistas do Pensamento Católico no Brasil nas primeiras décadas do Século XX.
Dom Sebastião Leme (1882-1942)
O regime republicano é proclamado no Brasil em 1889 e a nova Constituição em 1891. Foi com o início da República, em 1890, que se separou a Igreja do Estado e o catolicismo só procurou criar um escola partir dos anos 10.
O Positivismo e o Materialismo, oriundos do século XIX, preocupavam a Igreja e as forças políticas conservadoras. A um século de oitocentos ligado ao Progresso e a um pendor de anticlericalismo surgia, em novecentos, uma inquietação nas consciências que se reclamava de fé. Não se pode perder de vista, o início da primeira guerra mundial. Continuar a ler “PENSAMENTO CATÓLICO NO BRASIL – por Cecília Barreira”
Aurélia de Sousa (Rua de)
Início – Santos Pousada (Rua de) Fim – Alegria (Rua da) Designação desde: 1954 Freguesia de: Bonfim Anterior Designação – Viela do Seixal
Maria Aurélia Martins de Souza nasceu em 1866 Valparaiso, Chile para onde seus pais tinham emigrado em busca de melhores condições de vida. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – VII – por César Santos Silva”