Soneto de AVISO à Morte, tão indesejada quão real
[nesta semana em que me morreram 4 queridos]:
Morte respeitável, aqui e agora,
solenemente, enquanto lavo o rosto,
declaro-te que tirei esta semana
para acatar as tuas precisões.
É verdade que, tu, tens desvantagem
se compararmos a duração do viver
e o tão mínimo e imprevisto tempo
que basta para te manteres activa.
.
Nem sempre são muito próximos nem íntimos
Os que levas, forças ou libertas.
No afã de confirmares tua presença
.
Marcas a fronteira entre o que é e foi,
Desenhas e apartas más de recordações boas
E, sem quereres, aumentas o valor da mera vida.
.
Figueira da Foz, 10 Jan 2024. Continuar a ler “DA PERMANÊNCIA E DA ESPERANÇA – por Maria Toscano”