For one throb of the artery, While on that old grey stone I sat, Under the old wind-broken tree, I knew the One is animate, Mankind inanimate phantasy.
Daqui a um milhão de anos estaremos no jardim das delicias, como seres espirituais incorpóreos
Terraformando planetas secos e sem vida em paraisos artificiais, movendo-os para próximos de estrelas mães
Para que a luz se liquidifique e a fotossíntese aconteça
Nos abraços espiralados da simbiose das orquideas
Com os cavalos marinhos transferindo os genes para
Alienígena que vai habitar o novo mundo tenha os números certos que o seu criador lhe deu para viver
Em harmonia com a natureza e entre si, alimentando-se sómente do ar que os pulmões transformam em alimento
E a vida exista sem punição eterna num limbo cósmico. Continuar a ler “TRÊS POEMAS DE JANUÁRIO ESTEVES”
O dilema da vontade num diálogo fictício entre Schopenhauer e Nietzsche
– O querer é dilacerante! – Sem o querer não se sai do lugar! – Fiquemos parados então! – A apatia é a arma dos fracos, a Vontade de Potência dos fortes! – Há mais sabedoria em negar um desejo do que em sucumbir a ele… – Típico de um homem que se guia só pelo pensamento! – Ora, meu caro, típico de um homem que se guia só pelas glândulas! E o diálogo durou ainda por muito e muito tempo…Continuar a ler “DEZ POEMAS EXISTENCIAIS – por Henrique Duarte Neto”
eu procuro a luz senhora. uma luz de pele nua. viva. em abandono. uma eternidade fêmea e o suave rosnar das peles. música arrepiante engolindo lentamente o abismo. eu procuro a luz de fogo. negro como uma ideia livre. e o licor demencial. a doçura aterradora dos corpos. serpenteiam entre si como águas gélidas nas rochas quentes. eu procuro a luz senhora. uma luz de gato. noctívaga. luz de vinho. sanguínea. sem rédea. e solar. vejo-a por vezes na madeira da mesa inundada pelo sol gato. errante. solitário. altivo. como os que denunciam a morte da vida. com seus corações felinos. essa luz foge para a lua e vem queimar-nos a pele. deitados na cama no tempo. beijando línguas amando a espiral. assim voamos nas inebriantes partituras. não tendo ouro como lei. a senhora sabe de luz. a sua pele é o lugar onde o gato a encontra.
Invisible pero, como todos, pesado y numerado. El calor del sol me quema, tal vez, un poco más y ante mis ojos se extiende un desierto por el que erran desaladas criaturas.
In memoriam omnium Pompeianorum plebis perierunt anno LXXIX A.D. Pompeii, Aestate MMXXI.
Num meio-dia escaldante de Verão, Perambulávamos pelas ruas desertas de Pompeia Espiávamos pelas janelas abertas das casas e vilas destelhadas, Hipnotizados pelos objectos carbonizados e mudas, petrificadas estátuas humanas, Pestanas semicerradas contra os raios solares omnipresentes Que pareciam envolver as testemunhas do Passado numa luz ofuscante, Impressionados diante dos templos vazios, em silêncio pensante, Ansiosos por ouvir os ecos das orações nunca atendidas, Pedidos e suplícios dos adoradores de numes há muito extintos.Continuar a ler “AS RUAS DE POMPEIA – por Francisco da Rocha”
pode o ser nas tradições orais ir além das estruturas feito um pássaro cortês da diversidade, ser um animal aqui perto do coração, não podemos ir adiante enquanto os gigantes mamíferos são destruídos em alto mar como conchas pisoteadas por estátuas, continuar a mimese é o que chamo de obsceno, os homens predadores sorriem junto com a morte sem vontade para o debate ecológico, seguem a lógica de conquistar territórios, de touros de ouro na Faria Lima sem sonhos, à medida que ando, o urbano me fere na vesícula que reproduz em 3d a fome sem enfeite ontem encontrei uma garota/totem, procurava um guia com jipe, para ir na direção das cavernas
A madrugada a doer, a doer-me muito. Na memória que guarda o teu nome este cantar lúcido das águas. Tu és belo como esse canto, esse perfeito tiro ao alvo ao fundo da noite perfurando as fogueiras adormecidas. Que segredo se oculta, em esplendor, onde teu corpo habita? Quem te nomeia nesse mar tão branco? O que amas? A orla do rio, ou a raiz deserta? A madrugada a doer, a doer-me muito.
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Maria Gomes nasceu em Benguela, República de Angola, em 1958. Foi professora de artes visuais e trabalhou em contabilidade após a independência daquele país. Vive em Coimbra. Tem poemas publicados no Jornal de Angola, nas antologias de Poesia 1 e 2 ” Escritas” sob a edição do poeta José Félix, em outras revistas de literatura na web, e na revista de Poesia de Tradução Di Versos nº 8 de Edições Sempre-em-Pé. Participou no poema ” O Estado do Mundo”, poema criado no ciber espaço, no âmbito de Coimbra, Capital Nacional da Cultura 2003, a editar brevemente em livro, e participou na II e III Bienal de Poesia em Silves, em Abril de 2005 e de 2008.
Escutas o silêncio Para não perderes O murmúrio dos meus lábios Um silêncio onde respirar Se torna mais fácil Uma transparência que mostra A areia no fundo do rio
deste cubículo precário (a A.M.O.) . neste cubículo precário que é o mundo às vezes falta a brisa. e o ar de tuas mãos. faltam os olhos de água como sorris a polpa e a saliva que és, na voz, a fala feita à passagem dos teus gestos — de ti: a falta. o encanto e a maravilha. . neste precário cubículo que é o mundo deixas ficar-te em perfume. permaneces. e é pelos densos poros dos sentidos que, se não estás, sei o instante sei o instante em que adormeces. . neste precário cubículo que é o mundo nem tudo falta: ao viveres-me és também tu que aconteces. . maria toscano. Coimbra, Café-Pastelaria Tosta Rica. 25 Novembro/ 2003.Continuar a ler “TRÊS POEMAS COM ALGUNS ANOS – de Maria Toscano”
El silencio de la lluvia abrazó los ojos de este león que soy. Ocultándome en un libro, sentí el sol sobre las palabras. De pronto salieron gritos, la visualización de la orquídea esperando nacer, recuerdos, viejas historias, miré mis zapatos desgastados, la botella de whisky vacía, un poema de Walt Whitman. Supe el sabor de la lluvia.Continuar a ler “POEMAS DEL LIBRO “POEMAS A LA INTEMPÉRIE” – de Moisés Cardenas”
Desde aquí pienso… en los puntos suspensivos y las comas que sólo conocemos yo y tu cuerpo. Ahora me invade no sólo la tristeza sino la geografía del silencio.
VER CLARO . Toda la poesía es luminosa, hasta la más oscura. El lector es el que tiene a veces, en lugar de sol, niebla dentro de sí. Y la niebla nunca deja ver claro. Si regresar otra vez y otra vez y otra vez a esas sílabas alumbradas quedará ciego de tanta claridad. Alabado sea si allí llegar. . Eugénio de Andrade – Prémio Camões 2001. In “Los surcos de la sed”. Ed. Fundação Eugénio de Andrade, 2001. Versión al castellano: Maria Toscano, Figueira da Foz, Portugal. 13 enero / 2023.
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VER CLARO . Toda a poesia é luminosa, até a mais obscura. O leitor é que tem às vezes, em lugar de sol, nevoeiro dentro de si. E o nevoeiro nunca deixa ver claro. Se regressar outra vez e outra vez e outra vez a essas sílabas acesas ficará cego de tanta claridade. Abençoado seja se lá chegar. .
Eugénio de Andrade – Prémio/Premio Camões 2001. In “Os sulcos da sede”. Ed. Fundação Eugénio de Andrade, 2001.
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Maria (de Fátima C.) Toscano, Doutora em Sociologia. Docente Universitária, Investigadora e Formadora. Coach e Trainer em Programação Neurolinguística.
O meu anjo de natal dorme à minha porta sem pressa, sem horas marcadas, sem medos. A noite vela os seus frios segredos encolhidos nas asas marcadas de açoites.
Mais do que deuses, precisamos do limiar do sagrado do lugar onde bebem as aves, de regressar ao silêncio de uma noite ida; mais do que deuses, precisamos do anúncio súbito da clemência implorada dos trabalhos do mar; mais do que deuses, precisamos do homem, da pele do homem, da sua peugada sobreposta à penumbra da flor nascida. Mais do que deuses, precisamos da fronteira da meia-noite do círculo lunar do grande rio que corre no sangue da terra humilde.Continuar a ler “POEMAS – de Maria Gomes”
¿ Y ya no volveré a perderme en el laberíntico entramado, de una casa cuya arquitectura habitada por todos sus muertos deambulando con sus gemidos, por todas sus sombras allí cautivas ?Continuar a ler “Aparición – por Ulisses Varsóvia”