IDEOLOGIA MACARRÃO
Para Matheus Guménin Barreto
pode até ter
de sêmola
mas
o brasieiro
pai de família
come Continuar a ler “POEMAS DE Jéssica Iancoski”
IDEOLOGIA MACARRÃO
Para Matheus Guménin Barreto
pode até ter
de sêmola
mas
o brasieiro
pai de família
come Continuar a ler “POEMAS DE Jéssica Iancoski”
OS SINOS NA CASA DA MINHA AVÓ
Os sinos da igreja
na casa da minha avó
em Braga
onde estás, minha avó,
que eras bondade
e serenidade
e me davas tudo? Continuar a ler “POEMAS DE António Pedro Ribeiro”
Poemas extraídos desde libro inédito “Corteza oceánica”
Reflejos de agua
Me imagino debajo del agua, mientras la estación sigue despidiendo sus visitas, como un sol pulsa dentro de nosotros. Copulamos hasta que el instinto nombra objetos puros y ya no existen intenciones de la sangre, bebo del agua y se vierte el líquido dentro de vasos. El amor se muestra palpitante como un trozo de piel. Continuar a ler “CORTEZA OCEÁNICA – por Claudia Vila Molina”
No me hagan pensar
Me niego, no insistan
no me hagan pensar
en la falta
No hay falta
Y no me hace falta
Pensar.
Continuar a ler “12 POEMAS DE LA COLECCIÓN HdeA – por Rolando Revagliatti”
o quanto a gente é caroço da gente
se sofre por não conseguir semear rebrotar
o que seríamos sem a nossa casca?
tem gente que não cai nem de maduro
tem gente que tá lá no solo
livre da haste mas não do poder das formigas
as horas despencam
os dias vão caindo dia-a-dia
as descobertas se tornando bagaços
o tempo vai modificando a areia
os grãos vão migrando para perto e longe
de si
a gente é o caroço da gente
bagos na escádea picinguaba na árvore azul
as horas despencam
os dias vão caindo dia-a-dia
as descobertas se tornando bagaços
e a gente é o caroço da gente Continuar a ler “POEMAS DE VIVIANE DE SANTANA PAULO”
La casa
Me iré. Te irás.
Nunca regresaremos.
Nadie preguntará,
y la casa quedará
girando en el tiempo.
Vacía, en silencio,
sola en la soledad
de nadie durmiendo,
de nadie sintiendo
arder la eternidad. Continuar a ler “DOIS POEMAS DE Ulises Varsovia”
Extrañeza
Un día particular choca de frente contra el influjo del aire
es necesario cuadrar esta nomenclatura traducir rostros menores
y anunciar los cultos
será por lo tanto una nueva llamarada entre los vigilantes
¿Será que permanecen ensombrecidos entre sus ramas de invierno? Continuar a ler “ATÁVICA – por Claudia Isabel Vila Molina”
Peixes
Quando os vorazes famintos atacaram a pacifica comunidade,
tirando-lhes o seu lugar de viver e relegaram as pessoas
para os subúrbios onde ninguém se conhece e cumprimenta
veio transcendente uma alucinante ideia de transformar Continuar a ler “ASTROPSICOGRAFIA – por Januário Esteves”
O que faz aquele homem sentado sozinho na calçada?
Se for um homem. E por que tem que ser?
Por que meu olhar vê dessa maneira?
Que carta de identidade jogo para conhecê-lo? Continuar a ler “AQUELE HOMEN SENTADO NA CALÇADA – por Nelson González Leal”
MULHER DE LOT
Pesados sulcos, fundo na Memória,
A fogo e ferro marcados n’alma leve;
Lembrança doce do Bem que se teve,
Cuidando-o ‘inda futuro e não história. Continuar a ler “NOVÍSSIMO DECAMERON – por Paulo Ferreira da Cunha”
Pegarei emprestadas as forças contigo até conseguir reencontra-las em mim.
Enquanto isso a transição da terra faz a travessia em águas profundas da universalidade, imersa pela “natureza” e pela natureza humana… na terceira margem introspectivo, extraída no processo civilizatório invencionático, tangencial aos sentidos sistémicos “naturais”, mergulho. Continuar a ler “RESSOAR- por Ana Patrícia Gonzalez”
A Casa do Coração
Na casa do coração
convivem dois inimigos
presos na árida corda
das horas, por seus umbigos.
Na casa do coração
(quem a visita pressente)
um deles pulando corda
e o outro rangendo os dentes.
Na casa do coração
um deles constrói seu nada
enquanto o outro levita
e põe flores na sacada.
Um deles grita e se arranha
e do que pode, reclama
enquanto o outro se enflora
e troca os lençóis da cama.
Um amarra seus legados
em cordames ressentidos.
O outro planta gerânios
e vai ao livros não lidos.
Um deles em cada porta
impõe trancas e cancelas
enquanto aos poucos o outro
pinta de branco as janelas.
Se o próprio Deus tem três faces
porque o homem haveria
de guardar um só conviva
em seu dentro, a cada dia?
♦♦♦
Jaime Vaz Brasil – Poeta gaúcho, com 7 livros públicados e vários prêmios, dentre os quais: Açorianos, Felipe d’Oliveira e Casa de Las Americas (finalista). Atua também como compositor, tendo vários poemas musicados e interpretados por vários parceiros, dentre os quais Ricardo Freire, Flávio Brasil, Zé Alexandre Gomes, Nilton Júnior, Vitor Ramil e Pery Souza.
Mãos devagar te levam
Mãos devagar te levam
E tu não dás por nada
Como dum cinzel purificador
A sombra é-te retratada
Para os Céus ergueste as crenças
Sem elas eras olvido
Num pranto com luz ao meio
No escuro quarto retido. Continuar a ler “POEMAS de Januário Esteves”
TUDO OU NADA! AOS “CARVALHOS”…
Pró ” Carvalho” vai tudo!
Tudo!Tudo, ou nada!
Há tamanhos e formas,
curtos, compridos e espessos!…
Pró “Carvalho, não vai nada?
Nada! Que bem lhe fica a gravata!
Por onde passa tudo esgravata,
e dos tombos cai na mocada…
Há quem diga!
Pernas são canelas,
merda pra quem olha pra elas…
Por outro! Há quem diga!
Carvalhos, são caralhos,
merda pra quem tem alhos! Continuar a ler “POEMAS DE MADALENA MEDEIROS”
PAYASOS TRABAJANDO
Filoso retoca el marfilino brillo de la luna
Es noche y se oye el frufrú lejano
Sombrita, con su serrucho, delinea la silueta del mar
Eso de hacer olas es un buen ejercicio
Tilichito viste de frac un elefante
Pide a su utilero:
“¿podría traerme por favor un espejo más grande?” Continuar a ler “POEMAS DE MICHELIN DOS ROUSSES – por Ricardo Echávarri”
começo com este nada de hoje vibrando mediocridade
latente e late
pulsando o sangue gelado e cinza das coisas cansativas
que me cingem quase dípteros reverberantes
as folhas das árvores nas calçadas estão manchadas de fungo
passo indiferente como sempre faço
a indiferença é uma estratégia escudo e arma
às vezes asfixia pode-se matar ou morrer de indiferença
ela furta a vida e também a usamos para sobreviver
enquanto vou descobrindo Continuar a ler “Jannowitzbrücke – por Viviane Santana Paulo”
O meu pátio
desde pequena entendo as escadas como os sofás da casa de gente solitária
normalmente daqueles que não tiveram coragem ou tempo para fugir de rotinas agrestes Continuar a ler “DOIS POEMAS DE Alda Costa Fontes”
Finalmente tengo más de un rostro.
Georges Bataille, Sobre Nietszche. Voluntad de suerte, V.
No hay viento, ni rumor de agua, y está oscuro. Quien se extraviara allí jamás saldría o saldría desnudo y loco. Es una selva silenciosa, pero no una selva de plantas y frutos, de enormes y pequeños animales. No, nada de eso. Allí, en perfecta metamorfosis con la oscuridad y el silencio, habitan erráticas sombras, inmóviles furores, una angustia sin medida ni centro, un espasmo que arde con llama fría. Nunca estuve en ese lugar, pero con frecuencia lo veo en sueños. Continuar a ler “TEXTOS DE “MATÉRIA DESNUDA”, de Carlos Barbarito”
Niños de la tormenta
Cuando en la noche me visto con pedazos de piel
La luz me invoca y atraviesa corredores de casas
Ando desnuda por los bordes del cuchillo cuando sorpresivamente
Soy un cuadro reflejado en este espejo y los surcos desde los que te arranco Continuar a ler “NIÑOS DE LA TORMENTA E OUTROS POEMAS – por Cláudia Vila Molina”
Falas de min dende o silencio,
agochada no murmurar do tempo.
♣♣♣
A PRIMEIRA VEZ
Engadín a intención toda de liberdade nesta túa anatomía.
Cada perna, pé e man para moverte na firmeza do corpo,
a lingua para lamber as verbas e berralas ao ar,
os dentes, como feroces defensores do teu.
Arrolo a esperanza no meu interior,
soño con días de risos nos que o teu cabelo enrede coa chuvia
e podas enlamarte sen perder a identidade. Continuar a ler “ANATOMÍA DAS ESQUECIDAS – Eva Méndez Doroxo”
O diálogo
Seus corpos dialogavam num diálogo incomum, que não se lê e não se entende, apenas se sente. Numa linguagem ausente de sinais e de palavras, onde as reticências traziam à baila o ponto do amor, que não era o final. Os seus corpos ora exclamavam ora interrogavam. Numa tentativa de antever o ritmo do amor, faziam dois pontos anunciando os passos que o momento sugeria e deixavam-se mover a passos dançantes, que só o amor sabia dar. A dança não era nem salsa nem valsa, era uma dança desprovida de movimentos próprios, cujos contornos só os pés que amam eram capazes de desenhar. Continuar a ler “TEXTOS POÉTICOS DE FINEZA PINTO”
Aproveitando o silêncio possível, sentindo a ausência, sentindo falta, que tempos. Aeroportos vazios, ares, estradas
casas que não recebem, bocas mascaradas.
Queria voar. Poeira, persianas, vassoura de palha, voos razantes pela casa, cabelos de palha e vento, vassoura no canto da sala calada
varrida. Continuar a ler “PANDEMONIAS – por leda Estergilda Abreu”
Ós
Sós estamos nós
cascas de noz
a tantos nós.
♣♣♣
Requiem
Foste embora, foste embora
companheiro meu…
enciumada estou se a mim
tua esposa, preferiste a morte
como companhia
Foste embora, foste embora
companheiro meu
ficou tua lembrança
como sombra minha.
Foste embora, foste embora
companheiro meu
e nas altas horas da noite
insone ainda
a poesia.
♣♣♣
Tateando
Poeta aguça teus sentidos
olfato, vista.
Ouve com atenção
os mais estranhos sons
enquanto tateia
o Desconhecido Rosto.
♣♣♣
Para Olga Savary
Sua poesia
água
fallus
fogo
paixões.
A minha
filha sua,
mares
línguas
ondas
também
tensões.
♣♣♣
Mar
Marula o mar,
estronda a onda.
Embala, acalma
a minha alma.
♦♦♦
Rosa Maria Sampaio Torres – pesquisadora em História (PUC-Rio), é também graduada em Estudos Sociais e pós-graduada em Ciências Políticas. Aluna do filósofo brasileiro Carlos Henrique Escobar acabou por desenvolver, também, seus dotes artísticos – especialmente como poeta, autora do livro “Bendita Palavra”. Já reconhecida como ensaísta, é autora de inúmeros artigos históricos sobre a família Cavalcanti, da qual descende, e agora sobre o poeta Guido Cavalcanti.
GESTOS DE CONSCIÊNCIA
Julgas que sou par de asas
Impedidas, cortadas…
Sem bandeiras nem casas,
Fragatas ancoradas?
Sedutora, carente,
Sensual, feminina,
Paixão fogo ardente,
Eis a mulher felina!
Nos mares vejo adentrar
Saltitando nas ondas
Grande barco afundar,
A explosão estronda.
Lua, sol vestes do tempo.
Como quem troca às vestes
Num penoso lamento,
Dia, noite, astros celestes.
Despindo do sol, da lua
Envelhece o tempo,
Dia a dia, a angustia sua
É a canção do vento.
As vidas se repetem
Trocando de existências
Peitos arfam, padecem,
Gestos de consciências.
♣♣♣
ALAMEDAS TRISTONHAS
Ah essas RUAS! Outrora entupidas de gente, O ar que por elas, hoje, circula beneficia: Baratas e pombos somente… Um tal COVID espalha terror, e ninguém está a salvo, Estão todos, trancafiados em seus lares, padecentes. Lembras-te oh Alamedas risonhas… E, hoje as vejo solitárias tristonhas. Olha! Vejo uma ratazana, fugindo do horror do COVID! Ela sumiu, como toda gente. Fique aí, Contemplando seus fantasmas, enquanto Esperas por uma dose milagrosa! Eu? Ah! Fico aqui te olhando da janela…
♣♣♣
A ARTE O FIO QUE LIGA OS CINCO CONTINENTES
A POESIA é o fio de ouro que liga de um poeta
Ao outro e de um continente ao outro e esta ligação
Tem atravessado o tempo numa perspectiva de
Eternidade se não por algo parecido.
O que me agrada é esta certeza de que estamos entrelaçados
Por esse fio que é do metal mais nobre e não por um
Insignificante fio de náilon. Olho para os cinco continentes e vejo
Esperança no olhar de uns e de outros derramar-se em pranto.
E a paz na casa de uns tantos? Ah! É como meus versos
Despidos de métricas e rimas. E se não fosse a arte
Esse fio de ouro que liga de um continente ao outro?
O que disseram os Profetas e ou os Reis de outras datas
Que estenderam seu olhar aos cinco continentes?
Aos seus ouvidos chegavam clamores de uns tantos
E júbilos de uns poucos. Ainda bem que a Poesia liga
Um poeta ao outro e um continente ao outro!
Levantes oh pequeno caído e digas quem és tu!
Afaga-lhe o peito a ufania do nada e quem a ti traz a Salvação?
És tu que estás chorando oh continentes infelizes!
Mas o poeta também chora ao olhar a tua desgraça.
Vi meus avós meus pais falarem sobre:
Tempos bons virão! A paz reina nos sonhos de todos.
Acabou que não vi o tempo passar nem os cinco
Continentes viram. Entretanto as luas são incontáveis.
Aqui estou viva. E minha alegria não se descreve
Com a alegria das borboletas da minha idade.
É essa ligação entre os poetas dos cinco continentes
Que tem atravessado o tempo numa perspectiva de eternidade…
É consoladora apesar dos conflitos esta certeza de que
Estamos entrelaçados…
É porque nos versos do poeta leia-se a liberdade
A do bater de asas da borboleta recém-saída do casulo.
Nos dias atuais o que reina é o imediatismo frenético.
Raros os que a tentam-se ao mundo em sua volta
Não é de se admirar que sejam muitos os que vivem a olhar
Em direção aos próprios pés com um olhar febril
Para o deslumbre da efemeridade das imagens.
Eu como poeta que sou procuro olhar além do papel
Sobre a minha escrivaninha por essa razão ouso
Atravessar fronteiras para levar o meu pensamento
Que de certo modo é coletivo.
Quando ouso atravessar fronteiras deixo de ser apenas
Um poeta assumo o papel de uma nação que através da
Poesia leva aonde for a sua cultura certa de que serei
Recepcionada com festividade e que trarei na bagagem
Outras tantas lições culturais para agregarem à minha.
♦♦♦
Valda Fogaça é Poeta, trovadora, cordelista, cronista, romancista e compositora. Estudou Filosofia, Letras e História. Vive em Brasília/DF Brasil. É colunista do Site Internacional O Segredo e da Revista Sttato. Escreve para três portais: UOL Pensador, Recanto das letras, LinkedIn e para três bloggers. É membro da Associação Nacional de Escritores (ANE). É membro do movimento internacional de Poetas Del Mundo, membro correspondente da Academia Capixaba de Letras e Arte de Poetas e Trovadores, ACLPTCTC. Instagram: valdafogacaescritora.
E se eu te disser
Que o caminho não foi fácil
Que a estrada era longa
E a bússola se perdeu Continuar a ler “ADN – poema de Alda Costa Fontes & telas de Aldina Santos”
O rodopio do tempo
Cruzam-se os espelhos na deformidade anunciada
Quebram-se os cristais voando na multiplicidade das velocidades
Pelos truques de ilusão claustrofóbica e parada
Onde as bestas rastejantes trocam papéis
E saltam nas prateleiras da ostentação das pedras Continuar a ler “POESIA DE Ana Oliveira”
Dilatación
Esta noche los muebles tienen una mirada extraña, sueño con quienes se aparean en la oscuridad y a lo lejos dispersan nuestro propio sudor. Ondas accidentales entran en las tiendas, robos de papeles causan la verdadera conjuración de astros. Alguien late fuera de sí, de su misterio. Nosotros escuchamos el viento sobre los árboles, como una imagen encarcelada se detiene el aullido, pero otra señal mueve mi boca. Te busco en las paredes, un departamento rompe los sobres de cartas desaparecidas, un cartel, tu foto enviada de pronto hacia la mansedumbre, una fecha velada en las manos de los familiares. El viento sobre los techos nos previene sobre esa forma de existir, blancos lavatorios espuman mi niñez, ahora te poseo, ahora estás detenido entre imágenes que mueren. Mamá está dormida, sus ojos miran hacia los patios y ese fragmento nos invade, rejas donde hubo cementerios, espacios extensos para quedarse fuera del límite. Mientras otros dejan sus papeles sobre las mesas, ellos llaman a sus madres para recordar, pero el miedo es un bulto que nos divide, nos colocan signos, nos niegan las verdaderas razones.
(Texto inédito Visiones Oníricas) Continuar a ler “POESIA DE Claudia Vila Molina”
ODE AOS MOVIMENTOS NOCTÍVAGOS QUANDO A MOTIVAÇÃO É UMA MULHER
No gosto do teu encanto,
Degustei, sim, ao teu lado,
Lençol acima fronha abaixo,
Demais, por demais relaxado, Continuar a ler “MOTIVAÇÕES DE Correia Machado”
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