POEMINHOS (91-100) – por Jaime Vaz Brasil

91. O sabor não mora na língua ou na fruta. Nasce na hora em que as duas na gruta viva da boca se encontram. Nuas.

POEMINHOS – 81-90- por Jaime Vaz Brasil

  81. Grave, o passado rege os passos e o espaço da História. Apressado, o futuro acena e nos chama reclama nossa demora. Mas a vida é agora.

POEMINHOS (71-80) – por Jaime Vaz Brasil

71. Primeiro amor é um efeito represa: arrebatador porque se ama        o amor.

POEMINHOS (61-70) – por Jaime Vaz Brasil

  61. Quadro é um poema sem palavras. Poema é um quadro nas palavras. 62. Quando há arte numa obra nada falta nada sobra.

POEMINHOS (51-60) – por Jaime Vaz Brasil

              51. Nenhum poema esgota o tema. Mas, quando bom, põe a verdade em estado de estando… 52. Dante, à porta do inferno: – “Deixai, vós que entrais, toda a esperança”. Quintana retrucou, na entrada: – “Esperança é uma espera que não cansa”. Eu? Ora… sentei num banquinho e …

POEMINHOS (41-50) – por Jaime Vaz Brasil

41. Ninguém redime o podre       no sublime. O poema, porém pode ser contraste: um choque de contrários. Por exemplo: a palavra sujeira       perto do santo sudário…

POEMINHOS (31-40)- por Jaime Vaz Brasil

31. Artista segue tempo adiante. Crítico só respira no durante…

POEMINHOS DE JAIME VAZ BRASIL (21 a 30)

21. O Eu Lírico De dia o eu operário. De noite o falsário. Porém: quem é quem?

POEMINHOS – 11 – 20 – por Jaime Vaz Brasil

11. Noite antes noite depois:    eis a constante. Existir      é relâmpago.

POEMINHOS – Série de I a X- de Jaime Vaz Brasil

Poeminhos 1. Fé é a esperança voando a pé. —◊-◊-◊— 2. A poesia existe no que a palavra não disse.

SERVENTIA – por Jaime Vaz Brasil

Uma grande rebelião sem causa e também sem lema não leva ninguém a nada.   Mas serve para o poema. Um tombo dentro da alma no arranha-céu dos dilemas aos outros, talvez não sirva.   Mas serve para o poema. Um roteiro que tropece na escadaria do tema talvez não sirva ao aplauso.   Mas …

 EDITORIAL – “Pessoa: Singularmente plural” – por Jaime Vaz Brasil

A singular pluralidade de Fernando Pessoa passa, antes de tudo, pela gênese artística de seus heterônimos. Seja como Fernando – o próprio – , Álvaro, Alberto ou Ricardo (ou ainda Bernardo e outros menores), o genial poeta criou personagens que existiram soberanos em estilo, temática, dimensão estética e qualidade.

A CASA DO CORAÇÃO – por Jaime Vaz Brasil

A Casa do Coração Na casa do coração convivem dois inimigos presos na árida corda das horas, por seus umbigos. Na casa do coração (quem a visita pressente) um deles pulando corda e o outro rangendo os dentes. Na casa do coração um deles constrói seu nada enquanto o outro levita e põe flores na …

O CICLO MÍTICO DE ÉDIPO – por Jaime Vaz Brasil

  “Aceitar a idéia do Complexo de Édipo sem compreender o mito e a peça de onde  Freud tirou seu nome é uma forma de aceitar a psicanálise sem tentar alcançar o seu mais profundo significado[1][1]”.       Bruno Bettelheim I. De Tântalo até Laio A história do ciclo mítico de Édipo marca seu início com Tântalo[2][2], …

A SAUDADE E EU – por Jaime Vaz Brasil

  Quando vi dona saudade me encarando tão de frente tentei cambiar a mirada, dizer que errou de vivente…

BESTIÁRIO DA SOMBRA E OUTROS POEMAS de Jaime Vaz Brasil

Bestiário da Sombra A morte é um lobo à espreita: imóvel, mudo e pulsante. (No olho, o gelo põe cores de quem domina, distante.) A morte é serpente rasa e nos vive – de pequenos – destilando em nossas veias o seu mais lento veneno. A morte é um urso hibernante que dorme, imóvel e …

LUA DE PAMPA E DE MUNDO – Jaime Vaz Brasil

Lua, Lua do Pampa, do Plata, da Índia, de Angola… A lua ensaia há milênios  -em silêncio e placidez- ao negroazul do tablado   quatro ensaios de nudez. Lua, Lua das matas, dos cerros, da Espanha, do Alhambra…

PEQUENOS CONTOS -II de Jaime Vaz Brasil

Guilherme Tell e Eu Meu primo ganhou de natal um arco-e-flecha. Treinávamos pontaria em latas, galinhas e árvores. Fizemos torneios. Ele era mais velho que eu, treinava mais e vencia sempre. Aí me convenceu a colocar uma maçã na cabeça. Se eu pudesse, contava como é sentir aquele zunido da flecha vindo, aquele friagem que …

PEQUENOS CONTOS DE JAIME VAZ BRASIL

A Arte de Conquistar o Mundo O exército do país A invadiu o país B. Morreram muitas pessoas nos dois lados. O país A, apesar de enfraquecido com as baixas, venceu. Mesmo debilitado, percebeu que amedrontara o país C, e isso o impeliu a invadi-lo. Outras mortes, mas a coragem já superava qualquer dificuldade. Pôs …

UM HOMEM SÓ PELE – por Jaime Vaz Brasil

Não posso pegar vento, por isso quase não saio mais de casa. Até saio, mas é direto para o trabalho. Depois, de volta e depressa. Quando eu era pequeno, me lembro um pouco disso de não tomar vento. Mas a situação era outra. Quando conheci Alice, conheci a paixão e suas maravilhas. Os abraços de …

Feliz Aniversário, Coronel – Jaime Vaz Brasil

Um mês antes de completar oitenta anos, o Coronel Herculano Ramos avisou o filho mais velho que daria uma festa de aniversário. As palavras dele foram um punhal suspenso na mesa de jantar. Depois de um silêncio:   – Convido todos?

O DUELO FINAL – por Jaime Vaz Brasil

No porão, esperávamos o Águia. Atrasado, como sempre. Mas viria, cedo ou tarde. Viria com o nariz erguido, a roupa surrada e a tatuagem no braço que lhe valera o apelido. Iniciamos sem ele. Raimundo Sanchez estava com aquele casaco que o deixava ainda mais gordo, e foi desenrolando devagar a planta, desenhada em papel …

NOSSO TIO, TENENTE ALFREDO NUNES, CONTAVA HISTÓRIAS – por Jaime Vaz Brasil

Nosso velho tio Alfredo Nunes era tenente do exército. Depois de reformado, sempre que nos visitava, dizia dos acontecidos no tempo de quartel. Gostávamos de ouvir das manobras e dos exercícios de guerra. Nosso tio Alfredo era uma espécie de herói familiar. Ficávamos ao redor dele. Depois de uma cerveja que outra, desenrolava a língua. …

A ÚLTIMA ESCURIDÃO DE GONZALES – por Jaime Vaz Brasil

Imagens de Lourdes Ximenes Gonzales entrou em casa como quem procura barulho na sombra. E tudo estava escuro demais. Com isso, nem sombra apareceu. Fez dois ruídos opacos. Um quando tentou abrir a porta sem acordar a dobradiça velha. Outro, quando quis acender a luz. Compreendeu a escuridão e sacou lentamente o punhal.

Editorial por David Paiva Fernandes

Na viragem do séc. XIX, o grande polímato francês Henri Poincaré inventou a topologia algébrica. Este ramo da matemática adiciona aos, à época estabelecidos, conceitos de compacidade, conexidade e separabilidade da topologia geral os de homotopia e homologia, matéria que apresentou no seu livro de 1895 “Analysis Situs” [1] que se pode traduzir como análise …

EDIÇÃO Nº 3 – DE FEVEREIRO 2018

CAPA:  “O Friso de Beethoven”, de Gustav Klimt DIRECÇÃO: Júlia Moura Lopes CONSELHO EDITORIAL: Ângela Pieruccini, Danyel Guerra, David Paiva Fernandes, Júlia Moura Lopes e Marilene Cahon. COLABORADORES DE FEVEREIRO DE 2018: Angela Pieruccini, Beatriz Bajo, Cecília Barreira, cCésar Santos Silva, Cláudia Isabel Vila Molina, Claudio B. Carlos, Danyel Guerra, Diogo Pacheco de Amorim, Enrique …

EDITORIAL – No Tempo do Faz de Conta – por Júlia Moura Lopes

“Dans le monde réellement renversé, le vrai est un moment du faux” Guy Debord. Estamos no Carnaval e o leitor de Athena perguntará onde fica e onde cabe a cultura, durante esta época? Pois direi que é no reino e no tempo do faz de conta, que se cruzam todas as alegorias. Desde a sátira …

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