POEMINHOS – 11 – 20 – por Jaime Vaz Brasil

Foto by Paulo Burnay

11.

Noite antes
noite depois:
   eis a constante.

Existir
     é relâmpago.

—◊-◊-◊—

12.

Crescer
acontece quando

se pode aprender
     errando…

—◊-◊-◊—

13.

O grande poder
     é não utilizá-lo…

—◊-◊-◊—

14.

O amor consiste
no que transcende:

no prazer,
existe.

Na dor,
ascende…

—◊-◊-◊—

15.

Amor
é a viagem da sede:

quanto mais foge
mais chega perto.

Oásis e miragem
mesmo sem deserto.

—◊-◊-◊—

16.

Amor é quando
a palavra some
     da escrita

e a fome
     habita
          além do corpo.

—◊-◊-◊—

17.

O artista está para o mundo
assim como a criança
     está para o espanto.

—◊-◊-◊—

18.

Café da manhã,
seis da matina:

que inveja
     da família margarina.

—◊-◊-◊—

19.

Arte que só traduz o agora
logo vai embora.

Arte mesmo é a que também
inventa o mais além.

—◊-◊-◊—

20.

Arte é a mentira
que o tempo transforma em verdade.

Foto by Jassika Arraes

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Jaime Vaz Brasil – Poeta gaúcho, com 7 livros publicados e vários prêmios, dentre os quais: Açorianos, Felipe d’Oliveira e Casa de Las Americas (finalista). Atua também como compositor, tendo vários poemas musicados e interpretados por vários parceiros, dentre os quais Ricardo Freire, Flávio Brasil, Zé Alexandre Gomes, Nilton Júnior, Vitor Ramil e Pery Souza.