RUA Saí da hospedaria para a cidade. Sufocante e doida na ânsia de tempos dóceis. Mimos e negócios sempre de mãos dadas. Ia com a cabeça a latejar por via de álcoois nocturnos. Deram-me o dia na instituição e não sabiam que ele já era meu. Para não adoecer rasgo as receitas. Encontrei folhas …
Continuar a ler “UM ROMANCE NAS NÓDOAS DA MISÉRIA (7) – por Lucio Valium”
MERCADO Copio para o caderno: petúnia significa “flor vermelha” na língua dos Índios Tupi. Foi no Grande Mercado das flores e especiarias que disse esta palavra pela primeira vez. Levámos pimenta negra feijão e alhos. Escrevo ainda: pertencente à família Solanaceae, a mesma de pimentão, tomate e beringela, a petúnia, apesar de ser perene, deve …
Continuar a ler “UM ROMANCE NAS NÓDOAS DA MISÉRIA (6) – por Lúcio Valium”
COMPASSOS Somos os dois irmã. Passos lentos nos dias roubados em terra de além Tejo. Tapas ao cair do escaldante sol. Nas bandas do azul sorvem nossas narinas ávidas. Há vidas, logo embelezem-se. Os olhos com planícies sem fim. Queijo muito fino. Aterrar lentamente. Uma folha na brisa. Nada de utopias nem psicanálise. Esquecidos exames …
Continuar a ler “UM ROMANCE NAS NÓDOAS DA MISÉRIA (5) – por Lúcio Valium”
INVERNIAS Enquanto corre o teu banho quente as gaivotas fazem círculos demorados no azul e ouve-se um saxofone desvairado. Há pouco falavas da neve e de hospitais desta luz invernal e de arroz. Dei-te a manta e compus as roupas da jangada. Agora falas do cenário que avistamos da janela. Um frágil amarelo a escorrer …
Continuar a ler “UM ROMANCE NAS NÓDOAS DA MISÉRIA (4) – por Lúcio Valium –”
ANTONÍMIAS Sair da cama após duras batalhas por bocados de sono. Azuis laranja nascem na escuridão enquanto olho o rio. Escrever-te na sala de máquinas de alta temperatura. Afastado de vozes e vacuidades. Reencontrar o doente do 24 e ignorar os figurantes da sala central. Algumas antonímias na jarra do dia. Bem vistas as …
Continuar a ler “UM ROMANCE NAS NÓDOAS DA MISÉRIA (3) – por Lúcio Valium”
APARELHOS Comi no meio de um ruído imenso. Tomei dois cafés. Procuro um lugar fora do mecanismo. No futuro será mais difícil de encontrar. Cada vez haverá menos lugares desses. Atravesso as compridas artérias institucionais e fecho-me numa sala para escrever. Não há música mas podem enviar-se escritos. É uma área de organismos tecnológicos. …
Continuar a ler “UM ROMANCE NAS NÓDOAS DA MISÉRIA (2) – por Lúcio Valium”
HORAS Na instituição as horas são linhas. Férreas convenções temporais. De manhã não segui a norma. Permaneci na hospedaria. Cama jangada dignos trapos quentes. São a vida. A negação doce e animalesca das imposições. Chego tarde com orgulho. Entro na cápsula como um infiltrado e visto a pele de sereno figurante. Um paciente que não …
Continuar a ler “UM ROMANCE NAS NÓDOAS DA MISÉRIA (Série I)- por Lúcio Valium”
Adilia Cesar Alberte Momán Noval Alberto Cecereu Alda Costa Fontes Aldina Santos Alexandra M. Alexandre Saraiva Alice Rahon A. Dasilva O. A. Sarmento Manso Amélia Azevedo Ana Almeida Santos Ana Margarida Borges Ana Matos Ana Oliveira Ana Patrícia Gonzalez Ana Paula Lavado Ana Tomás André Breton André Rosa Anna Merij António Adriano de Medeiros (AAM) …
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