Is it raining yet? Is there a chance of rain? Has it rained? Is that smoke I see coming out of the chimney across the street? Is this a picture? Am I looking at something that isn’t moving outside my window? Is that rain? Is that the sound of dragons, dungeons, wildlife, air purifiers, birds, fate? What was the illness I didn’t know by name that made the man’s left eye open incompletely (the one who was begging paradoxically, using a plastic brochure stand as his lectern, like a preacher)? What was his soul affliction? (What’s mine?) Continuar a ler “PROSE AND POEMS – by Susan Pensak”
TRÊS POEMAS DE Tito Leite
URGÊNCIA
Procuro uma palavra sobre a matéria
pueril dessas tardes.
Uma palavra escondida em alguma
boca seca de detalhes.
Falta mãos para colher as flores
de março e o mormaço dos dias
atuais espanta todas as borboletas. Continuar a ler “TRÊS POEMAS DE Tito Leite”
POEMAS DE OUTONO – Ana Margarida Borges
SINFONIA DE OUTONO
Há perfeita sintonia
Entre as folhas e meu canto.
É o espanto que me guia
Na palidez outonal
Como o rio, me despeço
Deste enorme matagal
De Bacus. À vida cedo
E ao Douro me confesso
SEVLA ORIEBIR – por Correia Machado
As curvas doces desaguam em rectas um pouco menos que obtusas
que lhe fazem o rosto um poema para eu dizer, para eu olhar, e me desfazem a vontade de ser de muitas.
Eu serei só dela. Continuar a ler “SEVLA ORIEBIR – por Correia Machado”
TEXTOS POÉTICOS DE Claudia Vila Molina
©Júlia Moura Lopes- rio de mel
Memorias de luz
1
Ilumino el tiempo
parten trenes hacia el país del ensueño
2
Rostros avanzan por la muralla
tanta similitud en nuestros roces
que estallamos en un minuto
y agonizamos Continuar a ler “TEXTOS POÉTICOS DE Claudia Vila Molina”
POEMINHOS – Série de I a X- de Jaime Vaz Brasil
Poeminhos
1.
Fé
é a esperança
voando a pé.
—◊-◊-◊—
2.
A poesia existe
no que a palavra
não disse. Continuar a ler “POEMINHOS – Série de I a X- de Jaime Vaz Brasil”
NO QUIERO VER UNA MUJER LLORAR – por José Pérez
NO QUIERO VER UNA MUJER LLORAR
Para Polimnia Sánchez, en Nueva York
y Julia Moura Lopes, en Porto
Por impostura o condena
aberración o inocencia
pobreza o abatimiento
no quiero ver una mujer llorar
Que se derrumben las catedrales
mausoleos y grandes torres
Que se calcinen los lechos
jardines profanados
cocinas ensangrentadas
aposentos y oficinas
donde se hayan hundido sus lágrimas
Por cobardía o jerarquía
dominación o violencia
abandono o traición
no quiero ver una mujer llorar Continuar a ler “NO QUIERO VER UNA MUJER LLORAR – por José Pérez”
A NOITE E A CIDADE – por Ana Paula Lavado
As ruas da cidade
As ruas da cidade são inundadas de luzes indiscretas
e vozes esparsas que falam com as cassiopeias.
A noite é imensa e as luzes têm a solidão dos velhos.
Os passos são cadenciados ao ritmo de um poema,
escrito por amor, que acabou por não ter destino.
Um bêbado encosta-se ao candeeiro da esquina
e um carro pára perto da prostituta que mastiga chiclete
e puxa a meia calça já rota de tantas noites.
Uma e outra janela mostram a insónia de quem já não dorme
e um faminto revolve os sacos deixados com sobras de nada.
Já não há corpos diáfanos nem Primaveras férteis. Continuar a ler “A NOITE E A CIDADE – por Ana Paula Lavado”
QUATRO ENSAIOS LÍRICOS DE HENRIQUE MIGUEL CARVALHO
NINFA
são lírios
——–os teus braços,
erguendo-se
——–de um
charco fundo,
anelando
——–o beijo do sol
——–e outras carícias de luz Continuar a ler “QUATRO ENSAIOS LÍRICOS DE HENRIQUE MIGUEL CARVALHO”
SERVENTIA – por Jaime Vaz Brasil
Uma grande rebelião
sem causa e também sem lema
não leva ninguém a nada.
Mas serve para o poema.
Um tombo dentro da alma
no arranha-céu dos dilemas
aos outros, talvez não sirva.
Mas serve para o poema.
Um roteiro que tropece
na escadaria do tema
talvez não sirva ao aplauso.
Mas serve para o poema
Um barco em pleno deserto
que o braço-em-gesso não rema
não vai ao cais nem às ondas.
Mas serve para o poema.
Uma andorinha sem asas
leva no corpo um corpo um problema
e não traz verão no bico.
Mas serve para o poema
Tudo o que dorme esquecido
bilhete, foto ou emblema,
a muitos não tem prestança.
Mas serve para o poema.
Cada tristeza, cada riso
o sofrimento com seus escudos
a correnteza,
o silêncio, o impreciso:
Ao poema serve tudo.
♦♦♦
Jaime Vaz Brasil – Poeta gaúcho, com 7 livros públicados e vários prêmios, dentre os quais: Açorianos, Felipe d’Oliveira e Casa de Las Americas (finalista). Atua também como compositor, tendo vários poemas musicados e interpretados por vários parceiros, dentre os quais Ricardo Freire, Flávio Brasil, Zé Alexandre Gomes, Nilton Júnior, Vitor Ramil e Pery Souza.
VENTOZELO – por Januário Esteves
Ventozelo
Era nas noites de trovoadas, quando o relâmpago
Ao sul se descarregava no esqueleto das árvores
E em transe percutíamos a glande do mistério
Vinham os animais despojar a crença do nosso sacrifício
E logo reflectíamos a posse da atmosfera circundante
De intemporal solenidade, de prosaico pragmatismo
Convertendo as relações em dependências familiares
Na consanguinidade dos gestos e das partilhas
Mordidas na mesma carne que nos sustenta
Cultivando a emancipação dos costumes
À luz da morte que nos iluminou. Continuar a ler “VENTOZELO – por Januário Esteves”
POEMAS TRADUZIDOS DE JOSÉ PÉREZ (castelhano-português)
UNA MUJER FELIZ
He buscado en mi camino una mujer feliz
con nombre de rosa
con risa de espumas
donde las horas del sufrimiento no muestren
las sangrantes espadas
Una mujer feliz a secas
una bandera blanca de palomas
junto a campanarios de oro y sábanas de seda
como si un canto infantil la entretuviera
como si un aliento de niña escapara de sus sueños
Una mujer feliz no se parece a las culebras
no tiene vena en las espinas
ni está enterrada en la tristeza de una ventana vacía Continuar a ler “POEMAS TRADUZIDOS DE JOSÉ PÉREZ (castelhano-português)”
POEMAS DE Jéssica Iancoski
IDEOLOGIA MACARRÃO
Para Matheus Guménin Barreto
pode até ter
de sêmola
mas
o brasieiro
pai de família
come Continuar a ler “POEMAS DE Jéssica Iancoski”
POEMAS DE António Pedro Ribeiro
OS SINOS NA CASA DA MINHA AVÓ
Os sinos da igreja
na casa da minha avó
em Braga
onde estás, minha avó,
que eras bondade
e serenidade
e me davas tudo? Continuar a ler “POEMAS DE António Pedro Ribeiro”
CORTEZA OCEÁNICA – por Claudia Vila Molina
Poemas extraídos desde libro inédito “Corteza oceánica”
Reflejos de agua
Me imagino debajo del agua, mientras la estación sigue despidiendo sus visitas, como un sol pulsa dentro de nosotros. Copulamos hasta que el instinto nombra objetos puros y ya no existen intenciones de la sangre, bebo del agua y se vierte el líquido dentro de vasos. El amor se muestra palpitante como un trozo de piel. Continuar a ler “CORTEZA OCEÁNICA – por Claudia Vila Molina”
12 POEMAS DE LA COLECCIÓN HdeA – por Rolando Revagliatti
No me hagan pensar
Me niego, no insistan
no me hagan pensar
en la falta
No hay falta
Y no me hace falta
Pensar.
Continuar a ler “12 POEMAS DE LA COLECCIÓN HdeA – por Rolando Revagliatti”
POEMAS DE VIVIANE DE SANTANA PAULO
o quanto a gente é caroço da gente
se sofre por não conseguir semear rebrotar
o que seríamos sem a nossa casca?
tem gente que não cai nem de maduro
tem gente que tá lá no solo
livre da haste mas não do poder das formigas
as horas despencam
os dias vão caindo dia-a-dia
as descobertas se tornando bagaços
o tempo vai modificando a areia
os grãos vão migrando para perto e longe
de si
a gente é o caroço da gente
bagos na escádea picinguaba na árvore azul
as horas despencam
os dias vão caindo dia-a-dia
as descobertas se tornando bagaços
e a gente é o caroço da gente Continuar a ler “POEMAS DE VIVIANE DE SANTANA PAULO”
DOIS POEMAS DE Ulises Varsovia
La casa
Me iré. Te irás.
Nunca regresaremos.
Nadie preguntará,
y la casa quedará
girando en el tiempo.
Vacía, en silencio,
sola en la soledad
de nadie durmiendo,
de nadie sintiendo
arder la eternidad. Continuar a ler “DOIS POEMAS DE Ulises Varsovia”
ATÁVICA – por Claudia Isabel Vila Molina
Extrañeza
Un día particular choca de frente contra el influjo del aire
es necesario cuadrar esta nomenclatura traducir rostros menores
y anunciar los cultos
será por lo tanto una nueva llamarada entre los vigilantes
¿Será que permanecen ensombrecidos entre sus ramas de invierno? Continuar a ler “ATÁVICA – por Claudia Isabel Vila Molina”
ASTROPSICOGRAFIA – por Januário Esteves
Peixes
Quando os vorazes famintos atacaram a pacifica comunidade,
tirando-lhes o seu lugar de viver e relegaram as pessoas
para os subúrbios onde ninguém se conhece e cumprimenta
veio transcendente uma alucinante ideia de transformar Continuar a ler “ASTROPSICOGRAFIA – por Januário Esteves”
AQUELE HOMEN SENTADO NA CALÇADA – por Nelson González Leal
O que faz aquele homem sentado sozinho na calçada?
Se for um homem. E por que tem que ser?
Por que meu olhar vê dessa maneira?
Que carta de identidade jogo para conhecê-lo? Continuar a ler “AQUELE HOMEN SENTADO NA CALÇADA – por Nelson González Leal”
NOVÍSSIMO DECAMERON – por Paulo Ferreira da Cunha
MULHER DE LOT
Pesados sulcos, fundo na Memória,
A fogo e ferro marcados n’alma leve;
Lembrança doce do Bem que se teve,
Cuidando-o ‘inda futuro e não história. Continuar a ler “NOVÍSSIMO DECAMERON – por Paulo Ferreira da Cunha”
RESSOAR- por Ana Patrícia Gonzalez
Pegarei emprestadas as forças contigo até conseguir reencontra-las em mim.
Enquanto isso a transição da terra faz a travessia em águas profundas da universalidade, imersa pela “natureza” e pela natureza humana… na terceira margem introspectivo, extraída no processo civilizatório invencionático, tangencial aos sentidos sistémicos “naturais”, mergulho. Continuar a ler “RESSOAR- por Ana Patrícia Gonzalez”
A CASA DO CORAÇÃO – por Jaime Vaz Brasil
A Casa do Coração
Na casa do coração
convivem dois inimigos
presos na árida corda
das horas, por seus umbigos.
Na casa do coração
(quem a visita pressente)
um deles pulando corda
e o outro rangendo os dentes.
Na casa do coração
um deles constrói seu nada
enquanto o outro levita
e põe flores na sacada.
Um deles grita e se arranha
e do que pode, reclama
enquanto o outro se enflora
e troca os lençóis da cama.
Um amarra seus legados
em cordames ressentidos.
O outro planta gerânios
e vai ao livros não lidos.
Um deles em cada porta
impõe trancas e cancelas
enquanto aos poucos o outro
pinta de branco as janelas.
Se o próprio Deus tem três faces
porque o homem haveria
de guardar um só conviva
em seu dentro, a cada dia?
♦♦♦
Jaime Vaz Brasil – Poeta gaúcho, com 7 livros públicados e vários prêmios, dentre os quais: Açorianos, Felipe d’Oliveira e Casa de Las Americas (finalista). Atua também como compositor, tendo vários poemas musicados e interpretados por vários parceiros, dentre os quais Ricardo Freire, Flávio Brasil, Zé Alexandre Gomes, Nilton Júnior, Vitor Ramil e Pery Souza.
POEMAS de Januário Esteves
Mãos devagar te levam
Mãos devagar te levam
E tu não dás por nada
Como dum cinzel purificador
A sombra é-te retratada
Para os Céus ergueste as crenças
Sem elas eras olvido
Num pranto com luz ao meio
No escuro quarto retido. Continuar a ler “POEMAS de Januário Esteves”
POEMAS DE MADALENA MEDEIROS
TUDO OU NADA! AOS “CARVALHOS”…
Pró ” Carvalho” vai tudo!
Tudo!Tudo, ou nada!
Há tamanhos e formas,
curtos, compridos e espessos!…
Pró “Carvalho, não vai nada?
Nada! Que bem lhe fica a gravata!
Por onde passa tudo esgravata,
e dos tombos cai na mocada…
Há quem diga!
Pernas são canelas,
merda pra quem olha pra elas…
Por outro! Há quem diga!
Carvalhos, são caralhos,
merda pra quem tem alhos! Continuar a ler “POEMAS DE MADALENA MEDEIROS”
POEMAS DE MICHELIN DOS ROUSSES – por Ricardo Echávarri
PAYASOS TRABAJANDO
Filoso retoca el marfilino brillo de la luna
Es noche y se oye el frufrú lejano
Sombrita, con su serrucho, delinea la silueta del mar
Eso de hacer olas es un buen ejercicio
Tilichito viste de frac un elefante
Pide a su utilero:
“¿podría traerme por favor un espejo más grande?” Continuar a ler “POEMAS DE MICHELIN DOS ROUSSES – por Ricardo Echávarri”
Jannowitzbrücke – por Viviane Santana Paulo
começo com este nada de hoje vibrando mediocridade
latente e late
pulsando o sangue gelado e cinza das coisas cansativas
que me cingem quase dípteros reverberantes
as folhas das árvores nas calçadas estão manchadas de fungo
passo indiferente como sempre faço
a indiferença é uma estratégia escudo e arma
às vezes asfixia pode-se matar ou morrer de indiferença
ela furta a vida e também a usamos para sobreviver
enquanto vou descobrindo Continuar a ler “Jannowitzbrücke – por Viviane Santana Paulo”