EDITORIAL – VITOR VITÓRIA – por Danyel Guerra
“Ele é o mestre completo”
Maria Helena da Rocha Pereira
VÍTOR VITÓRIA
Decorria o ano de 1976, quando o escritor sueco Artur Lundkvist declarou que Jorge Luis Borges jamais ganharia o Prêmio Nobel de Literatura, “devido a razões políticas”. Categórico, sem dar chance a dúvidas, este membro da Academia Sueca desvirtuava com este anátema o caráter literário da distinção. Continuar a ler “EDITORIAL – VITOR VITÓRIA – por Danyel Guerra”
RESSOAR- por Ana Patrícia Gonzalez
Pegarei emprestadas as forças contigo até conseguir reencontra-las em mim.
Enquanto isso a transição da terra faz a travessia em águas profundas da universalidade, imersa pela “natureza” e pela natureza humana… na terceira margem introspectivo, extraída no processo civilizatório invencionático, tangencial aos sentidos sistémicos “naturais”, mergulho. Continuar a ler “RESSOAR- por Ana Patrícia Gonzalez”
O PROFESSOR – por Cecília Barreira
Era para além do desejo e da vastidão de sentimentos inúteis. Ia às aulas daquele professor porque, sem sequer o escutar, conseguia chegar a um êxtase.
Nas aulas, as hastes de um pendor lúbrico toldavam-lhe a mente. Continuar a ler “O PROFESSOR – por Cecília Barreira”
MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XIV – por César Santos Silva
Cardosas (Passeio das)
Corre no lado sul da Praça da Liberdade
Liga o Largo dos Lóios à Praça de Almeida Garrett
Freguesia da Sé.
De facto, um nome que já não existe na toponímia portuense, dado o passeio ter sido adstrito à Praça da Liberdade. Mas dada a importância histórica e de se tratar de um topónimo feminino… Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XIV – por César Santos Silva”
DE AÇUCAR – por Cláudio B. Carlos
Salivar, diante da imagem, até não mais aguentar. E lambê-la. Toda. Continuar a ler “DE AÇUCAR – por Cláudio B. Carlos”
PRESS RELEASE DE “MARAVALHA”, de Claudio B. Carlos
Maravalha – uma novela grunge gaudéria 154 páginas - 12 x 18 cm R$ 38,00 Saraquá Edições (2020) Cachoeira do Sul, RS Continuar a ler "PRESS RELEASE DE “MARAVALHA”, de Claudio B. Carlos"
TEXTOSTERONA-PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS – III Série- por Danyel Guerra
TEXTOSTERONA
PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS
CORTESÃS E MERETRIZES
As cortesãs com boa reputação são cumuladas com as rosas de Piéria, poetadas por Safo.
As de má reputação têm de se contentar com as rosas de pilhéria. Continuar a ler “TEXTOSTERONA-PRENSAMENTOS & DESAFORISMOS – III Série- por Danyel Guerra”
AMAR ANICÉE ALVINA – por Danyel Guerra
“Havia um jardim de Vênus, de roseiras rodeado,
o grato campo da senhora, que quem tivesse visto amava”
Floro
AMAR ANICÉE ALVINA
Que deslumbrante sinestesia. Uma noite destas, escutei no rádio, Carminho e Seu Francisco cantando a maviosa Carolina, numa interpretação timbrada pela depuração do sublimado. Inadvertida, a audição me sugeriu uma vertiginosa associação de ideias e de sentidos. Na tela da minha memória tremularam sequências de Le Jeu avec le Feu (1975), de Alain Robbe-Grillet, reavivando algumas boas lembranças cinéfilas. Continuar a ler “AMAR ANICÉE ALVINA – por Danyel Guerra”
MODA INTEMPORAL – sobre o erótico – por Eric Ponty
Este artigo se dá por meio duma reflexão, como a forma erótica se perfez ao longo dos séculos, por uma forma velada que beira a pornografia quando ouvimos, por exemplo esse versos que refiz por serem tão chulos não merecem reprodução que ouvi por acaso na minha morada, não sei quem são seus autores de péssimo gosto baixo nível cuja decadência ressoa nos rádios do Brasil demostrando quanto pertinente se faz a reflexão Adorniana, quando esse reflete, aqui o parafraseamos em que “quando mais totalitária for sociedade em que vivemos tanto mais reificado será também o nosso espírito, e tanto mais paradoxal será nosso intento de escaparmos dessa reificação. Mesmo a mais extremada consciência do perigo corre o risco de degenerar em reflexão vazia; contudo vamos aos dois versos chulos que ressoam na rádio do Brasil. Continuar a ler “MODA INTEMPORAL – sobre o erótico – por Eric Ponty”
ERROS, ENGANOS E MENTIRAS – por Fernando Martinho Guimarães
Não sei se é uma memória real ou se é uma memória construída. Tenho a ideia de ter visto um documentário há já algum tempo em que Umberto Eco, filósofo e romancista, fazia uma visita guiada à sua biblioteca. A jornalista perguntou-lhe, se bem me lembro, de que falava aquela imensidão de livros. O autor de O Nome da Rosa respondeu-lhe que falavam de erros, enganos e mentiras. Continuar a ler “ERROS, ENGANOS E MENTIRAS – por Fernando Martinho Guimarães”
DUETOS – por Fernando Naxcimento
A CULTURA COMO PRODUÇÃO DE SI E DO OUTRO (conclusão)- por Francisco Traverso Fuchs
(Clique AQUI para ler a 1ª Parte)
- Cultura como resolução de problemas
Embora possua aspectos sombrios, a cultura é muito mais do que uma fonte permanente de conflitos. Uma cultura pode ser descrita como uma maneira peculiar de propor e solucionar problemas. Desse ponto de vista, a riqueza da chamada diversidade cultural nada mais seria do que a expressão da variedade de soluções propostas pelas diversas culturas. Por exemplo, diferentes estratégias de caça e de coleta e, posteriormente, diferentes técnicas de plantio e de pastoreio fornecem soluções distintas ao problema da alimentação; técnicas de combate propõem soluções para o problema da guerra, e técnicas de cura propõem soluções para os problemas de saúde. Continuar a ler “A CULTURA COMO PRODUÇÃO DE SI E DO OUTRO (conclusão)- por Francisco Traverso Fuchs”
POEMAS de Januário Esteves
Mãos devagar te levam
Mãos devagar te levam
E tu não dás por nada
Como dum cinzel purificador
A sombra é-te retratada
Para os Céus ergueste as crenças
Sem elas eras olvido
Num pranto com luz ao meio
No escuro quarto retido. Continuar a ler “POEMAS de Januário Esteves”
CACIMBO NOS PEDAÇO DE BANANA- por Jonuel Gonçalves
© https://images.app.goo.gl/yBPg6vPhMGBeQSje9
Acordei começava a noite sem dúvida deve ter sido a chuva miúda tipo cacimbo grosso no meu rosto que me acordou e pela hora devo ter ficado ali desacordado umas sete horas, não me lembro a que horas caí mas sei que foi devagar e seriam talvez 11 da manhã com um sol abrasador mas eu tinha que atravessar aquela parte da savana para mais adiante conseguir boleia e continuar. De resto enquanto caía devagar lembro-me que só me lembrava de ti e agora também ao acordar ouvi até a tua respiração aqui do meu lado, demorei para entender onde eu estava e estaria fazendo aqui no chão com a chuvinha sem parar no meu rosto como se fosses tu a murmurar comigo. É. Falas comigo em qualquer lugar mesmo quando pensas que não me lembro de ti, lembro sim e a tua voz aparece como chuvinha na savana quente a salvar-me a vida. É isso de certeza. Devo ter caído por muita falta de água, estava com muita sede mas o risco entre voltar atrás ou ir pra frente era igual e agora estou com a cara e os lábios molhados, abri a boca junto com os olhos louco por água muito mais que por comida, embora dia inteiro sem comer também não facilita caminhada longa. Continuar a ler “CACIMBO NOS PEDAÇO DE BANANA- por Jonuel Gonçalves”
FOTOGRAFIA – por Luís Bento
Depois da morte do marido, o amor, resumia-se agora à inevitabilidade da memória de um passado que tinha valido a pena, a espraiar-se pelos filhos nascidos na Bélgica e as saudades que tinha daquele céu de chumbo, que convidava à leitura e reflexão no escritório aquecido, onde passavam largo tempo a olhar pela janela alta, em forma de ogiva com vitrais no canto, o relvado verde húmido onde alguns mais afoitos jogavam à bola de galochas. Continuar a ler “FOTOGRAFIA – por Luís Bento”
POEMAS DE MICHELIN DOS ROUSSES – por Ricardo Echávarri
PAYASOS TRABAJANDO
Filoso retoca el marfilino brillo de la luna
Es noche y se oye el frufrú lejano
Sombrita, con su serrucho, delinea la silueta del mar
Eso de hacer olas es un buen ejercicio
Tilichito viste de frac un elefante
Pide a su utilero:
“¿podría traerme por favor un espejo más grande?” Continuar a ler “POEMAS DE MICHELIN DOS ROUSSES – por Ricardo Echávarri”
O CASTELO DE SAN GIGLIO – por Rosa Sampaio Torres
As origens da dinastia franco-borgonhesa “wido” (guido) nas proximidades de Colônia
O Castelo de San Giglio a Quinze milhas de Colônia
Rosa Maria Gusmão de Sampaio Torres
Marcelo Bezerra Cavalcanti
Depois de vários trabalhos realizados que confirmam as informações registradas por historiador e cronista da família, Giovanni di Nicolo Cavalcanti do sec.XV, mais uma vez citamos suas palavras tendo em vista ainda confirmá-lo. Afirma Giovanni di Nicolo: Continuar a ler “O CASTELO DE SAN GIGLIO – por Rosa Sampaio Torres”
FÉ, ESPERANÇA E AMOR – OS ESSENCIAIS NA VIDA E NA MISSÃO! – por Teresa Escoval
“A fé sobe pelas escadas que o amor construiu e olha pelas janelas que a esperança abriu”
(Charles Spurgeon)
Acredito que a fé é o essencial da espiritualidade. Também que só a conseguimos manter se a fé for sadia. O que quero dizer quando utilizo o termo “sadia”, é que é necessário termos um posicionamento claro na vida, acreditarmos profundamente que algo melhor estar por vir e manter a esperança que chega porque merecemos.
Logo, considero que a esperança é necessária no campo da afectividade. Ela permite que continuemos positivos e alimentados no “aqui e agora”, e, sobretudo, impede que as experiências momentâneas menos positivas nos tirem os valores e convicções correctas e assertivas.
A esperança é a fonte de saúde mental. Deixa o coração aberto e doce. Permite que se instale uma medida adicional de força para recuperar de qualquer tipo de perdas e adoptar uma atitude positiva perante o futuro.
Então, dá para perceber que a esperança é uma qualidade intimamente relacionada com a fé. Ter fé é saber esperar e confiar. É atravessar tribulações com um sorriso no rosto; é nunca desistir mesmo quando tudo parece impossível. A fé nos levanta quando caímos, nos empurra quando paramos, e nos eleva acima das nossas capacidades quando julgamos não conseguir mais. Permite-nos recomeçar sempre.
Também que quem caminha com fé e esperança, tem um coração alimentado por muito amor. Um amor que vem da essência da própria pessoa e que é necessário para a sociabilidade.
O amor é perseverança, paciência, confiança, tolerância e fé. O amor é o maior alento para reinventar o tempo, recriar novos dias com esperanças renovadas. Não basta reivindicar “eu mereço ser feliz”, há que merecer isso, sem egocentrismo.
É necessário aprendermos que tudo que a vida nos apresenta tem um lado positivo. Entender que todos os desafios têm o objectivo de nos fazer evoluir, retira o peso e a dificuldade.
É importante acreditarmos no nosso potencial para que vejamos com bons olhos o que se passa ao nosso redor e na nossa vida. Há possibilidades de reconstruirmos uma história diferente, se conseguirmos ter uma visão alargada e justa. Também quando há vontade própria para encetar a mudança necessária.
Efectivamente, a fé não brota do nada, é necessário também que haja implicação e vontade na mudança que se quer efectuar.
Quando se consegue alcançar a fé da alma, adquire-se um amor gigante no coração e um brilho no olhar, que transforma qualquer coisa e/ou situação, permitindo ver a possibilidade de grandes melhorias a alcançar.
Mas, é necessário manter a fé a esperança e o amor. Tratar deles como se de plantas se tratassem. É preciso regar, proteger, alimentar.
Gestos simples como o acto de abraçar, significa um encontro entre duas almas. É o momento em que os sentimentos se acentuam, o coração se acalma e o corpo encontra abrigo em outro alguém.
Tratarmos as pessoas com gentileza é emanar amor e recebê-lo de volta. Sermos cuidadosos e amáveis, permite-nos começar uma reacção com o outro de maneira mais humana e delicada.
Que tal pensarmos na forma como construímos as nossas relações?
Confesso que as que prefiro e quero na minha vida, são as construídas no amor mais puro, aquele amor real, simples e doce. Aquele sentimento que nasce da sinceridade, da proximidade, da simplicidade e reciprocidade.
Olhemos, pois, para as pessoas como gostaríamos que elas olhassem para nós. Amá-las como gostaríamos que nos amassem a nós mesmos.
A este propósito, deixo aqui um lindo poema de William Shakespeare:
“Amor quando é amor não definha
E até o final das eras há de aumentar.
Mas se o que eu digo for erro
E o meu engano for provado
Então eu nunca terei escrito
Ou nunca ninguém terá amado.”
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Teresa Escoval é Pós-Graduada em Gestão de Recursos Humanos, Licenciada em Sociologia, Bacharel em Gestão de Empresas. Desempenhou vários lugares de chefia na área Financeira e Gestão de Recursos Humanos. Desde 1994 que gere e desenvolve um negócio próprio na área do emprego,diagnóstico/desenvolvimento organizacional e formação.
Mantém colaboração regular, desde 2007, com várias revistas, onde são publicados artigos sobre diversas temáticas, que é autora.
Jannowitzbrücke – por Viviane Santana Paulo
começo com este nada de hoje vibrando mediocridade
latente e late
pulsando o sangue gelado e cinza das coisas cansativas
que me cingem quase dípteros reverberantes
as folhas das árvores nas calçadas estão manchadas de fungo
passo indiferente como sempre faço
a indiferença é uma estratégia escudo e arma
às vezes asfixia pode-se matar ou morrer de indiferença
ela furta a vida e também a usamos para sobreviver
enquanto vou descobrindo Continuar a ler “Jannowitzbrücke – por Viviane Santana Paulo”
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