LEIA A EDIÇÃO Nº18 DE NOVEMBRO DE 2021

EDITORIAL – OS DESCAMINHOS DO PENSAMENTO – por Francisco Traverso Fuchs

 

Henri Bergson

“I would rather have questions that can’t be answered than answers that can’t be questioned.”

Richard Feynman

O que é pensar? Como responder, sem afetação e sem aduzir enigmas, uma pergunta que gerou e continuará gerando intermináveis questionamentos? Pensar é estabelecer (e resolver) problemas. Porém mesmo esta resposta simples, ou aparentemente simples, oculta um abismo de complexidade. O que diríamos, por exemplo, se descobríssemos que estabelecer e resolver um problema não é uma atividade puramente intelectual, mas envolve toda uma dimensão afetiva? E se chegássemos a descobrir que o problema é uma virtualidade inesgotável que exprime a dimensão ontológica do pensamento? Continuar a ler “EDITORIAL – OS DESCAMINHOS DO PENSAMENTO – por Francisco Traverso Fuchs”

POEMAS DE OUTONO – Ana Margarida Borges

Foto de Ana Margarida Borges

SINFONIA DE OUTONO

Há perfeita sintonia
Entre as folhas e meu canto.
É o espanto que me guia
Na palidez outonal
Como o rio, me despeço
Deste enorme matagal
De Bacus. À vida cedo
E ao Douro me confesso

Continuar a ler “POEMAS DE OUTONO – Ana Margarida Borges”

EXCERTO DE “BREVE É TODA A VIDA”- por Artur Manso

Para uma pedagogia da morte e do morrer.

A questão

Nisto erramos: em ver a morte à nossa frente, como um acontecimento futuro, enquanto grande parte dela já ficou para trás. Cada hora do nosso passado pertence à morte.

Séneca 

As décadas finais do século XX introduziram a sociedade ocidental em uma nova relação com a morte, atitude que se veio a extremar ao longo do primeiro quartel do seculo XXI onde a máxima de Confúcio “aprende a viver como deves, e saberás morrer bem” parece ter sido compreendida de forma defeituosa. O que se passou para Continuar a ler “EXCERTO DE “BREVE É TODA A VIDA”- por Artur Manso”

SOBRE LUGAR DE APARICIONES – por Carlos Barbarito

Carlos Barbarito sobre

LUGAR DE APARICIONES

Con collages de Sergio Bonzón

Con Sergio Bonzón nos conocemos desde los años setenta. Como me sucede con otros amigos no recuerdo con precisión dónde y cuándo nos vimos por primera vez. Continuar a ler “SOBRE LUGAR DE APARICIONES – por Carlos Barbarito”

CONTO LEVEMENTE ERÓTICO – por Cecília Barreira

Obra de Washington Arleo

Viúvo há escassíssimos meses.

Quando a mulher ainda era viva, conhecera, através das redes, uma rapariga de ofuscante beleza, casada e com filhos adolescentes.

Apaixonou-se logo. Continuar a ler “CONTO LEVEMENTE ERÓTICO – por Cecília Barreira”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVIII- por César Santos Silva

Carolina Michaelis de Vasconcelos (Escadas de) e ( Escola)
Início: Oliveira Monteiro (Rua de)
Fim: Infanta D. Maria (Rua de)

Designação desde 2001
Freguesia de Cedofeita
Designações anteriores: Rua de Públia Hortênsia (1948‑1957), Escadas do Liceu.

Carolina Wilhelme Michaelis de Vasconcelos, que também está consagrada numa escola da cidade do Porto e numa estação da linha do Metro do Porto, nasceu em Berlim, Alemanha, em 15 de Março de 1851. Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – XVIII- por César Santos Silva”

SEVLA ORIEBIR – por Correia Machado

 

As curvas doces desaguam em rectas um pouco menos que obtusas

que lhe fazem o rosto um poema para eu dizer, para eu olhar, e me desfazem a vontade de ser de muitas.

Eu serei só dela. Continuar a ler “SEVLA ORIEBIR – por Correia Machado”

TEXTOS POÉTICOS DE Claudia Vila Molina

 

©Júlia Moura Lopes- rio de mel

Memorias de luz

1

Ilumino el tiempo
parten trenes hacia el país del ensueño

2

Rostros avanzan por la muralla
tanta similitud en nuestros roces
que estallamos en un minuto
y agonizamos Continuar a ler “TEXTOS POÉTICOS DE Claudia Vila Molina”

FAZENDO O PINO COM A IDA LUPINO – por Danyel Guerra

Ida Lupino

“I am the lizard king, I can do anything”

                                                                Jim Morrison.

     Feliz Aniversário Manuel António

‘O País das Pessoas de Pernas para o Ar’. Há livros que nos ganham num átimo. O título basta. É esse o caso daquele que encorajou, numa Feira do Livro do Porto, vivia-se uma tarde nublada do Verão Quente de 1975,  intrépida  expropriação revolucionária.  Só depois é que reparei nos prenomes do autor.  Manuel António. Até à data, o único Manuel António que eu conhecia era o ponta de lança do FC Porto e da Académica, que se tornaria médico oncologista e chegou a prestar assistência ao Miguel Torga. Continuar a ler “FAZENDO O PINO COM A IDA LUPINO – por Danyel Guerra”

UN EDIFICIO ENORME, CON NUMEROSAS VENTANAS- por Eduardo Dalter

Voces de la poesía argentina

UN EDIFICIO ENORME, CON NUMEROSAS VENTANAS

Seis tomos reunidos de entrevistas a poetas argentinos

Casi ocho años dedicó el poeta Rolando Revagliatti (Buenos Aires, 1945) en realizar más de 150 entrevistas a poetas argentinos (159, en verdad), para finalmente reunir los contenidos de éstas en seis tomos, que llevan el nombre “Documentales/ entrevistas a escritores argentinos”, bajo el sello Ediciones Richeliú. Continuar a ler “UN EDIFICIO ENORME, CON NUMEROSAS VENTANAS- por Eduardo Dalter”

TENDER BUTTONS E LADIES ALMANACK – por Eric Ponty

Gertrude Stein’s The Autobiography of Alice B. Toklas (1933) é uma autora emblemática na autobiografia lésbica, se não típica. Não sendo típica porque embora obedeça à maioria das convenções genéricas dessa autobiografia, está escrita na voz de outra: é A Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein publicado pela Cosac Naify (2009) com tradução de José Rubens Siqueira.  Além disso, Alice B. Toklas não sendo apenas mais uma pessoa, não apenas Gertrude Stein, sendo a consorte de vida de Gertrude Stein, sua amante – esposa Continuar a ler “TENDER BUTTONS E LADIES ALMANACK – por Eric Ponty”

NAS NÚVENS – por Fernando Martinho Guimarães

“O Infinito Reconhecimento”, by Rene Magritte

Além da infância, em que olhar as nuvens e brincar descobrindo formas nelas é uma tarefa a que nos dedicamos com todo o empenho, são poucas as vezes em que as olhamos com olhos de ver.

Esta injustiça para com as nuvens é sinal evidente de que ser criança é coisa já passada há muito tempo e que, à inconsciência disso, acrescentamos a ignorância das coisas que fazem da infância a fase mais feliz da vida. Continuar a ler “NAS NÚVENS – por Fernando Martinho Guimarães”

POEMINHOS – Série de I a X- de Jaime Vaz Brasil

Foto de NSU MON
Poeminhos

1.

é a esperança

voando a pé.

—◊-◊-◊—

2.

A poesia existe

no que a palavra

não disse. Continuar a ler “POEMINHOS – Série de I a X- de Jaime Vaz Brasil”

POESIA, PULSÃO E VIVA VOZ EM ANDERSON BRAGA HORTA – por José Pérez

 

Poeta Anderson Braga Horta

Podemos buscar a chuva na poesia maior de Anderson Braga Horta, o vento, as estrelas, a noite constelada ou o abismo; e ainda nos faltariam os fogos e o barro que fizeram o homem, a Humanidade, e o fumo, o húmus, as espadas, as facas, os milênios perdidos, o incerto parto do ano 2000 ―no advento do novo milênio―, o crematístico, as marcas dos animais, o ardor das brasa no sonho, a desesperada esperança de seu profundo olhar sobre a vida; mas sem coroas de reis e sem louros, pois sua poesia nos diz que “O homem que tem um sonho/ é maior do que o rei,/ é mais forte que o herói,/ é mais belo que o poeta”¹estendendo-nos um convite tão sublime e tão rico em seus signos de revelações da língua portuguesa que fica não apena descortês e destemperado, senão imperdoável e pecaminoso, perder-se o descobrimento e o gozo da obra poética deste grande autor da literatura brasileira contemporânea. Continuar a ler “POESIA, PULSÃO E VIVA VOZ EM ANDERSON BRAGA HORTA – por José Pérez”

NO QUIERO VER UNA MUJER LLORAR – por José Pérez

“Mulher Chorando”, by Pablo Picasso

NO QUIERO VER UNA MUJER LLORAR

Para Polimnia Sánchez, en Nueva York

y Julia Moura Lopes, en Porto

Por impostura o condena
aberración o inocencia
pobreza o abatimiento
no quiero ver una mujer llorar

Que se derrumben las catedrales
mausoleos y grandes torres
Que se calcinen los lechos
jardines profanados
cocinas ensangrentadas
aposentos y oficinas
donde se hayan hundido sus lágrimas

Por cobardía o jerarquía
dominación o violencia
abandono o traición
no quiero ver una mujer llorar Continuar a ler “NO QUIERO VER UNA MUJER LLORAR – por José Pérez”

A TOLERÂNCIA – por Manuel Igreja Cardoso

Não vão muito de feição para os campos da tolerância os ventos que sopram na espuma dos dias nesta nossa modernidade. Ao contrário do medo, ela não nasce connosco. Germina, desponta, mas facilmente mirra quando não é cultivada e quando as pragas urdidas pelos temeres a infetam. Continuar a ler “A TOLERÂNCIA – por Manuel Igreja Cardoso”

TOM E OUTROS TONS NA OBRA DE Washington Arléo

♣♣♣ Continuar a ler “TOM E OUTROS TONS NA OBRA DE Washington Arléo”