Há muitos anos, séculos e séculos, que se referem as pandemias, os fins do mundo, o apocalipse.
Por exemplo na obra de Peter Brannen Os Fins do Mundo de 2017 (Bizâncio, 2019) referenciam-se quase todos os apocalipses da História. A derradeira extinção daqui a supostamente 800 milhões de anos terá de ver com a impossibilidade da fotossíntese e temperaturas muito altas. A hipótese de algum cometa colidir com a Terra.
O aparecimento da vida e dos animais no nosso planeta durante a Explosão Câmbrica estará ligado ao reforço do oxigénio nos oceanos.
Entretanto na leitura da obra de Ian Goldin e Chris Kutarna, dois famosos professores universitários, A Idade das Descobertas de 2017 (Temas e Debates, 2019), somos informados da inundação de vírus europeus injetados nas Américas quando os ocidentais desembarcaram nessas terras. Levaram a varíola, o tifo, a gripe, a peste bubónica, a tuberculose, a cólera, a malária, o sarampo, a rubéola, entre tantos outros.
Ainda hoje em dia se morre muito de gripe, meio milhão de pessoas por ano.
Mas as pandemias estão aí. Em força. Rápidas. A pandemia de 2003 surgiu primeiro, como vai sendo hábito, na China. A SARS espalhou-se pelo mundo em quatro meses. Mas foi relativamente benigna.
Em 1997 houve o H5N1 originado no Sudoeste asiático. Não com muitas vítimas.
Em 1981 a pandemia do VIH/sida. Matou muito para além de 40 milhões de pessoas. Em África supõe-se que ainda existem 35 milhões de doentes de Sida.
Os estudiosos, autores deste ensaio supracitado, afirmam sem hesitação que o deflagrar de um vírus transmissível rapidamente por via aérea, será altamente fatal.
É o que está a acontecer com o COVID 19.
Os antibióticos que são aplicados aos animais, que depois as pessoas consomem, revelam-se inquietantes porque nos deixam desguarnecidos de imunidade.
Enquanto os homens e os animais selvagens coabitarem e estes últimos a serem ingeridos às refeições pelos humanos, haverá probabilidade de supervírus terríficos.
Depois há outras sequelas: Veneza e outras grandes cidades estão a afundar-se, condenadas a desaparecer. O avanço inexorável do mar.
Será que vamos superar mais uma pandemia? Sobreviveremos a este caos?
Algumas reflexões por aqui.
Cecília Barreira
Centro de Humanidades -CHAM – NOVA FCSH
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Cecília Barreira nasceu em Lisboa, licenciou-se em História na Faculdade de Letras de Lisboa e entrou como assistente estagiária na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, nos anos 80. Em 1991 defendeu doutoramento na FCSH e em 1999 agregou-se em Cultura Portuguesa Contemporânea. É autora de muitos ensaios sobre figuras do pensamento contemporâneo. Escreve poesia como hobby. Pertence ao CHAM-Centro de Humanidades como Investigadora Integrada.
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