
IV
SOLAR DE MADAME SOPHIE
DIGO-VOS QUE DE NADA ADIANTOU ajuizá-lo sobre a preocupação que me ocorrera diante da temeridade de se denunciar a figura mais respeitável da Corte de São Sebastião do Rio de Janeiro, pois que, entre o juramento de inocência de uma reles ciganita Juana, mal parida por uma marafona de alcoice, a desaparecida Maria Egípcia, mais validade houvera de ter a acusação de adultério descabida, forjada pela maledicente Dona Carlota Joaquina. Logo, humilhada pela acusação de deslealdade conjugal, o senhor meu esposo Assir Lubbos me devolveu ao escravagista Manolo Negreiro, que me comerciou, a bom preço, ao conselheiro Manoel Vieira da Silva; e, por fim, o Fidalgo da Casa Real de D. João VI me entregou aos cuidados da cafetina francesa de nomeada Sofia Beaurepaire-Rohan, a Madame Sophie. Continuar a ler “A INCRÍVEL HISTÓRIA DE MARÍA JUANA PILLAR DE LA CRUZ – (CAP. IV, V, VI )- por Wander Lourenço”


Naquela mesma noite, o negruzim Deolindo acordou-me com o repuxão de ansiedade, para cobrar-me pela promessa de entrega corpórea, em troca do arranjo da união conjugal com o comerciante Assir Lubbos, o Turco, que me propositara sobrenome árabe e situação familiar. Como palavra empenhada há de ser cumprida à risca, eu permiti que o escravo ladino se esbaldasse da carne fresca daquela ciganita Juana, até desmaiar feito animal feroz capturado em armadilha de mandíbula. 





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