VINTE ANOS DA NONA GERAÇÃO NO BRASIL- Prólogo e Tradução de Floriano Martins

Prólogo e Tradução de Floriano Martins

NOTAS DE ACCESO

(uma galeria marginal de tipos)

Quantos personagens pontuam nossa existência com a lucidez fantasiosa de suas influências? Quantas vezes nos sentimos como protagonistas da mais absurda ficção?  Creio que mais nos identificamos com a irrealidade suposta do ficcional do que propriamente nos reconhecemos em um ou outro personagem, esta última me parecendo quase sempre uma leitura meramente intelectualizada do assunto. De fato, consideramos mais irreal nossa existência do que real a ficção. A medida da realidade estaria então no grau do relacionamento do homem consigo mesmo. Indagar “como se faz um conto”? equivale a buscar um padrão de realidade. Continuar a ler “VINTE ANOS DA NONA GERAÇÃO NO BRASIL- Prólogo e Tradução de Floriano Martins”

EDITORIAL- por Floriano Martins

Este é o número 6 de Athena e com ele a revista encerra um ano de conquistas em sua agenda editorial, surgida em maio de 2017 com uma edição zero. Desde então trimestralmente vem cumprindo com valioso propósito, de trazer para a mesa virtual de leitura conhecimento e criatividade. Em seu primeiro editorial lemos que Athena quer ser nave, pronta a descobrir textos e autores inéditos, novas reflexões, quer na investigação científica, quer derivados da criação literária. Sua aventura editorial não propriamente se dá em busca de respostas, mas antes na forma de perseguição da dúvida, que conduza a novas questões e faça duvidar das convicções possíveis. Em duas áreas a revista tem avançado, na revelação de autores e na proposição de novas reflexões, em muitos casos reportando ao passado como leito frondoso da existência humana. Continuar a ler “EDITORIAL- por Floriano Martins”

MATSI CHATZILAZAROU – GRÉCIA – (1914-1987)

A intensidade erótica da poesia de Matsi Chatzilazarou (1914-1987) tem por base a descoberta de um louco amor ao lado do também poeta Andreas Embirikos (1901-1975). Com o espírito ferido por duas baixas afetivas, a morte dos pais e dois casamentos fracassados, Matsi busca um mínimo de equilíbrio na psicanálise, passando a ser tratada justamente por Embirikos. Continuar a ler “MATSI CHATZILAZAROU – GRÉCIA – (1914-1987)”

ZUCA SARDAN – BRASIL – (1933)

Poética e plástica, no brasileiro Zuca Sardan (1933), são como as duas asas que garantem o voo e seus inesgotáveis truques no espaço. Este invejável enfant terrible propicia ao leitor altíssima voltagem de sátira bem ao gosto do Colégio de Patafísica de Alfred Jarry. Continuar a ler “ZUCA SARDAN – BRASIL – (1933)”

JOHN WELSON – GALES – (1953)

O galês John Welson (1953) é um desses personagens admiráveis por sua incondicional obsessão pela criação. Desde a infância que se dedica à pintura, ao desenho, à cerâmica e logo dando início também à escritura poética. Resultado dessa voracidade criativa é que tem em sua agenda um registro de mais de 300 participações em exposições em vários países. Nas últimas décadas produziu um abstracionismo lírico cuja ótica central é a paisagem de sua terra natal, o País de Gales. Continuar a ler “JOHN WELSON – GALES – (1953)”

COPA & FLERTE COM O SURREALISMO​​ – por Floriano Martins e Zuca Sardan

© JuliaML

Anos depois de haverem participado da última viagem do Trem Carthago, Olegário Trombeta e Anarquista Raspok se encontraram na Padaria Progresso para uma aguinha Xambuquira, gelo e raspa de tangerina. Ao fundo a TV Pegada Atômica transmite o jogo Brasil x Bélgica: Continuar a ler “COPA & FLERTE COM O SURREALISMO​​ – por Floriano Martins e Zuca Sardan”

CRUZEIRO SEIXAS E A GRANDE RAZÃO AUSENTE – por Floriano Martins

Eu nunca quis ser muito melhor do que outro qualquer; fiquei-me pelo vago desejo de ser um pouco melhor do que o Cruzeiro Seixas.

Cruzeiro Seixas
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3 POEMAS por Floriano Martins & Beatriz Bajo

HOMENAGEM AO ABISMO

Quando abrimos a caixa esquecida atrás do sofá havia uma deriva dentro dela.

Um termo sem fim que há muito não se ouvia. Um clima seco que evitava nossos corpos.

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CAATINGA DREAMS por Floriano Martins

A experiência é meu único dever  
Ingmar Bergman
◊◊◊
A perda de um pouco de memória costuma ser gentil com a alma.
Walter Bishop

2043- O que passar por aqui será escrito. Este é um acordo secreto feito entre muitas vidas, muitas delas jamais compreenderam o motivo. 31 anos se passaram sem a mínima suspeita de que eu devesse retomar essas anotações.

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O RELÂMPAGO DA SOMBRA, DE CARLOS BARBARITO – Floriano Martins

(PRÓLOGO DE RADIACIÓN DE FONDO, DE CARLOS BARBARITO)

O poeta Carlos Barbarito assim inicia seu livro La orilla desierta (2003): “Esta es mi vida, parece decir la hoja / que cae desde la rama / o la piedra que rueda por la ladera”. E há aqui um deslocamento estratégico que faz com que o poema salte de uma esfera a outra. Continuar a ler “O RELÂMPAGO DA SOMBRA, DE CARLOS BARBARITO – Floriano Martins”