Não fosse a sua constante ausência a principal lembrança que eu tenho do meu pai na minha infância, eu poderia dizer que minhas maiores recordações são dele deitado sobre um banco de madeira entalhada no fundo de nossa sala de estar. Se eu estivesse entrando em casa, ou cruzando a copa em direção à cozinha, ou mesmo passando ali pelo hall onde uma reprodução barata da Monalisa nos contemplava da parede, eu o via. Na sala, com todas as luzes acesas, a janela escancarada, sem camisa, segurando o controle remoto em uma das mãos e mudando de canal freneticamente. Continuar a ler “FALA QUE NEM HOMEM – por Alexandre Malvestio”
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