Brendon Burchard nasceu 1977 nos EUA e é considerado o coacher mais famoso do mundo ocidental, tendo em 2017 publicado o premiado livro Os Seis Hábitos de Alta Performance (Lua de Papel, 2019).
Promove os hábitos das pessoas que são mais exigentes consigo próprias e que lideram as opiniões.
Criar um blog ou uma página do Facebook ou no Instagram. Ser influencer no Twitter. Ser influencer no Youtube.
Numa perspetiva completamente diferente temos a obra de Mary Midgley, Para que Serve a Filosofia, de 2018 ( edição Temas e Debates, 2019) onde se explora uma sentida amargura em relação ao universo científico em detrimento da Filosofia ou de algumas outras ciências sociais.
Aliás é um ataque feroz ao “cientismo“ o qual pretende explicar tudo na vida humana de uma forma científica. Uma revolta dos filósofos que já não são tidos em conta?
Voltemos ao livro Os Seis Hábitos. O autor não se preocupa com a notoriedade dos cientistas. Está mais focado nas lideranças. O que tem um líder que as outras pessoas não têm?
A filósofa ataca a internet violentamente. O gestor de opinião centra-se na eficácia de um discurso. Onde saber marcar a diferença?
Na Antiguidade e em outros tempos os filósofos eram lidos e detinham um poder da palavra muito assinalável.
Hoje a ciência transporta o mundo das certezas e das incertezas. Mas ainda há lugar para a filosofia. Talvez não tanto uma filosofia amarga contra as tecnologias e a ciência. Talvez uma filosofia que percecione as inseguranças das sociedades. Não só psicológicas ou económicas, mas existenciais. O filósofo deverá intuir os fenómenos que ocorrem no mundo de uma maneira mais inclusiva.
A COVID deixará marcas indeléveis. Os cientistas aí estão a marcar a sua importância na investigação e nas curas.
O filósofo vai ter sempre um lugar: espalhar lucidez, espalhar alegria contida, interrogar-se sobre o sentido trágico da condição humana. Não excluindo a internet. Confinados ao espaço de um apartamento as pessoas do mundo inteiro estão desesperadas. Querem uma solução rápida. As economias cairão como nunca. Haverá desemprego em barda. Os mais jovens adaptam-se. Os mais velhos na sua maioria não se adaptam.
A Arte vai ter de se reinventar. O on line é a melhor solução. Não mais vai ser possível estarmos em multidões a respirar o bafo uns dos outros. A Filosofia vai emergir. Com um novo paradigma. Mudanças estruturais. Mudança de hábitos também.
Os homens e as mulheres das opiniões que marcam estão no terreno. Há muitas causas para abraçar. Há muito para discutir. As Universidades também se reinventam. As escolas também. A medicina vai ser sobretudo on line. Com a realidade 5G o mundo do virtual trará o quase físico até nós. Basta uma impressora detalhada.
Não é desconfiando da internet que se faz História. A Ciência, a Tecnologia, a Filosofia continuarão a ter a sua missão.
O opinador tem de mostrar que é lúcido e desafiante.
A Filosofia terá sempre espaço. Haja inquietação, a dúvida e uma explanação existencial e ambiental.
Cecília Barreira CHAM-NOVA FCSH
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Cecília Barreira nasceu em Lisboa, licenciou-se em História na Faculdade de Letras de Lisboa e entrou como assistente estagiária na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, nos anos 80. Em 1991 defendeu doutoramento na FCSH e em 1999 agregou-se em Cultura Portuguesa Contemporânea. É autora de muitos ensaios sobre figuras do pensamento contemporâneo. Escreve poesia como hobby. Pertence ao CHAM-Centro de Humanidades como Investigadora Integrada.
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