Perto e longe
Construímos viagens.
Tão distante é a verdade.
Procura submissa
Voz, sândalo e maresia.
Tu perguntas, eu respondo.
Nada sabes.
E guardas
Esse querer, não quero agora.
Feridas no ocaso
E poema
♣♣♣
Silêncio solto
O parto comum
Ou evidências codificadas?
No desejo do poeta
Raízes breves de metáforas adolescentes
Olhando/Sentindo escuro.
Em teus olhos impacientes vitórias
Forram corações guardados
No amargo e na ternura
As palavras que te digo e não oiço.
♣♣♣
Urgente o cais
Sentei-me.
Amantes e gaivotas
Provocação solene
De mil partos
Condensada neste rio
Profuso Amor
Gaivotas e girassóis
Em teu regaço vontade e poema
Momentos em que se renasce
Passeios endémicos de lua e mar
Alterar a convicção de existir
Somente
Perdi o imenso
Roubado e perdido.
Papoilas e notas de Bach em combustão.
♣♣♣
Meus sonhos
Margaridas que aprendi
Guardo-os todos
Os que perdi
Tapetes de flores brancas
Ao longe no mar
Navios
Águas pálidas que não escrevo
Divido o tempo
Parcela de sol
Sal
Ansiedade
E rugas nas minhas mãos
Solene ternura
Antítese
Luar
Mãe de todos os poetas
A Terra fraqueja
Ou eu.
♣♣♣
Esconde-se um trejeito
Fácil e insensato
contornando searas verdejantes
Ceifadas de sangue
Imploram-me justiça
E os corpos nus
Nas roupas desajeitadas
Na dor do meu tempo
Fluidamente tirano
Ideais desenhados
Em tranças felizes
Ocultas e secretas
Virgens mascaradas
Pinturas divididas
Noutro tempo
Sábio e dócil
E o fim de uma paisagem
à espera.
♣♣♣
Partiu-se a noite
Em segredos ambíguos
Dédalos de dedos frios
Janelas de fantoches
E sombras de mim
Durmo na seiva
Do tempo quebrado
♦♦♦
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