OS LADOS ERRADOS DA HISTÓRIA – por Francisco Fuchs

Notícia falsa divulgada pelo Hamas e publicada pelo New York Times

 

Os lados errados da história

Não é raro encontrar pessoas, algumas delas intelectualmente vigorosas, que afirmam estar “do lado certo da história”. Curiosamente, elas se distribuem de forma mais ou menos proporcional em lados diametralmente opostos, o que elimina a possibilidade de que todas estejam, de fato, defendendo “o lado certo da história”. Ao menos nisso todos os lados concordam: é impossível que dois lados opostos entre si estejam, simultaneamente, “do lado certo”. Mas aquilo que é simples do ponto de vista lógico torna-se bem mais complexo, e também sombrio, quando encarado do ponto de vista moral; afinal, em cada universo considerado, mais ou menos metade das pessoas estarão, necessariamente, defendendo o mais errado entre os lados de um conflito no momento mesmo em que afirmam defender o lado certo. Continuar a ler “OS LADOS ERRADOS DA HISTÓRIA – por Francisco Fuchs”

 SANTO UDALRICH – por Rosa Sampaio Torres

   Santo Udalrich

(c. 893 – 4 Jul 973)

       seu contexto genealógico e histórico

A capela de St. Udalrich ainda hoje existente em Avolsheim, Alsácia. Informam fontes locais é “o mais antigo santuário sobrevivente do período carolíngio, pois as investigações arqueológicas realizadas em 1967 permitiram situar a construção desta capela tetra-cônica no século IX”. Continuar a ler ” SANTO UDALRICH – por Rosa Sampaio Torres”

ATENA – por Filomena Barata


Escrever é como fazer uma tapeçaria. Escolher um nome como Atena para uma revista é assumir também o valor a cada letra e com ela construir com palavras, com pontos e nós, uma narrativa.

Mas lá iremos, pois há que lhe contar um pouco a história da divindade.

Na Mitologia, são conhecidas as várias esposas e amantes de Zeus/Júpiter.

Entre elas, lembramos a primeira, Métis, cujo atributo era a prudência.  E recordaremos o nascimento insólito da primogénita Atena. Continuar a ler “ATENA – por Filomena Barata”

ADALARDUS – por Rosa Sampaio Torres

 

 Introdução

Em número anterior desta revista Athena havíamos publicado artigo dedicado ao mítico bispo Wilkarius, “o Espada Gloriosa”, que com outros três cavaleiros de muito prestígio apoiaram a descida do Imperador Carlos Magno para a Itália no século VIII, tendo em vista auxiliar o papado a enfrentar os lombardos. Nesta oportunidade havíamos sugerido a associação deste grupo de dignitários com os quatro cavaleiros lembrados pelo historiador Giovanni Cavalcanti no século XV, varões muito religiosos saídos das proximidades de Colônia, do magnífico Castelo de St. Gilles (1). Continuar a ler “ADALARDUS – por Rosa Sampaio Torres”

REFLEXÕES EM TORNO DAS PANDEMIAS – por Cecília Barreira

La fin du monde | Gao Xingjian, 2006

Há muitos anos, séculos e séculos, que se referem as pandemias, os fins do mundo, o apocalipse.

Por exemplo na obra de Peter Brannen Os Fins do Mundo de 2017 (Bizâncio, 2019) referenciam-se quase todos os apocalipses da História. A derradeira extinção daqui a supostamente 800 milhões de anos terá de ver com a impossibilidade da fotossíntese e temperaturas muito altas. A hipótese de algum cometa colidir com a Terra. Continuar a ler “REFLEXÕES EM TORNO DAS PANDEMIAS – por Cecília Barreira”

O Castelo du Grand Perron – Rosa Sampaio Torres

O Castelo du Grand Perron

O presente artigo pretende chamar a atenção do leitor para a precursora atuação republicana do intelectual e conspirador florentino Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti – empenho republicano que obteve até mesmo o reconhecimento, paradoxalmente, de uma rainha. O artigo apresenta como pano de fundo o Chateau du Grand Perron – castelo comprado por Bartolomeo na França, que descobrimos ainda se mantém em relativo estado de conservação.

Sobre as relações de amizade entre rainha da França, Catarina de Médici, e a família Cavalcanti de Bartolomeo muito há a ser recordado.

O reconhecimento de Catarina de Médici aos membros da família Cavalcanti – especialmente Mainardo, pai, e seu filho Bartolomeo por terem salvado sua vida quando ainda uma criança é assunto de relevância histórica, merecedor de estudos aprofundados. A pequena Catarina esteve refém nas mãos de revolucionários radicais republicanos quando dos episódios da Republica Florentina de 1530-37, tema já abordado em nossos artigos “Médici x Cavalcanti”, “Bartolomeo Cavalcanti” e “Conspiração Pucci & Cavalcanti” – artigos publicados em nosso blog com todas as fontes.

Em “Bartolomeu Cavalcanti” mencionamos que revoltosos mais radicais ameaçaram a pequena Catarina de ser baixada numa canastra nas muralhas da cidade, frente à tropa, ou mesmo de ser enviada para um bordel militar. Por fim, a muito jovem Catarina foi obrigada a desfilar no meio de turba enfurecida. Por intervenção de Mainardo e Bartolomeu Cavalcanti, lideres revolucionários, mas não radicais, a revolução fora por fim abreviada.

Catarina ao crescer tornara-se Rainha da França. Para seu casamento convidou Bartolomeu, que nesta ocasião foi até mesmo homenageado publicamente. Levara ele no cortejo do casamento de Catarina para a França sua pequena filha Lucrecia e um pequeno filho do seu parente Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, do ramo Cavalleschi – parente que já estava também a perigo político em Florença frente aos prepotentes Médici, de ramo mais tarde migrado para o Brasil. Continuar a ler “O Castelo du Grand Perron – Rosa Sampaio Torres”

NEM SÓ OS CAVALOS SE ABATEM – EDITORIAL por Danyel Guerra

 “In Berlin, by the wall, you were five foot ten inches tall”

                                             Lou Reed

1 – Me lembro como se tivesse sido ontem. Ou hoje. Ou amanhã. Na noite novembrina em que o Berliner Mauer  começou  a ser derrubado,  a martelo e à picareta, botei a rodar no som o disco ‘Berlin’, aquele álbum conceitual que Lou Reed publicou em 1973. Uma “trágica ópera rock”, que a crítica especializada acolheu com um olhar de soslaio. Continuar a ler “NEM SÓ OS CAVALOS SE ABATEM – EDITORIAL por Danyel Guerra”

ATHENA RECOMENDA: MONTSE WATKINS: Contos de Kamakura (teaser)

Spanish/Japanese) © 2019 innerLENS Productions © 2019 Elena Gallego Andrada.
Producer: Chelo Alvarez-Stehle 
Executive Producer: Elena Gallego Andrada
Director: Chelo Alvarez-Stehle
 Editor: Laura Sola Director of Photography: Jiro Kumakura
A Revista Athena tem o prazer de divulgar este magnifico projeto, que recupera a figura e obra de Montse Watkins, que através do seu trabalho e esforço incansável conseguiu, há 20 anos,  muitos direitos para os Nikei, no Japão, nomeadamente a melhoria das suas condições laborais e de vida,  tendo sido também pioneira na tradução directa da literatura do japonês para o espanhol.
Para mais informações sobre este projeto:

Montse Watkins www.montsewatkins.net

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O POETA GUIDO CAVALCANTI E A INFLUÊNCIA TEMPLÁRIA – Rosa Sampaio Torres

O poeta Guido Cavalcanti e a influência Templária

O brasão da família dos Cavalcanti de Florença é notado pela primeira vez na sangrenta batalha de Montalcino em 1260 – brasão em cruzetas reproduzido nos escudos de muitos de seus combatentes, cavaleiros de origem guelfa que defendiam o papado contra os guibelinos da cidade de Siena.

Família muito atuante na vida política da cidade de Florença, o uso do brasão dos Cavalcanti surgia na Toscana em período especialmente marcado pela atuação da Ordem Templária na região e, em cerca de 1255, o nascimento do grande poeta nesta família, Guido Cavalcanti. Continuar a ler “O POETA GUIDO CAVALCANTI E A INFLUÊNCIA TEMPLÁRIA – Rosa Sampaio Torres”

MULHERES NAS RUAS DO PORTO (III)- por César Santos Silva

Ana Plácido (Rua de)

Início – Monte de Campanhã (Rua do)
Fim – Cul de Sac
Freguesia de: Campanhã
Designação desde – 2006

Uma pequena artéria, que na nossa opinião, não honra a memória de Ana Plácido, já que se encontra “perdida”, na freguesia de Campanhã, que como se sabe não fazia parte das itinerâncias da talentosa companheira de Camilo Castelo Branco.

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CONGRESSO DE FÁTIMA: UM CENTENÁRIO EM (RE)VISÃO – por Joaquim Fernandes

Um centenário em (re)visão:  Crenças e práticas religiosas no contexto das “aparições” de Fátima

Consensualmente aceite a particular devoção do culto mariano na sociedade portuguesa, resultante da longa sedimentação de elementos civilizacionais remotos, de natureza matriarcal, foi-se arreigando a convicção de que os fenómenos e experiências para-religiosas, enxertados nessa tradição cultural popular, seriam totalmente alheios de qualquer tipo de interpelação científica, por parte das ciências humanas e sociais e muito menos de disciplinas mais físicas, como as Neurociências emergentes. Continuar a ler “CONGRESSO DE FÁTIMA: UM CENTENÁRIO EM (RE)VISÃO – por Joaquim Fernandes”