A insistência no amor
às vezes
é apenas uma sala de espera vazia, à espera de ti ao reencontro contigo.
Abre as janelas
Fita o infinito
Larga as sombras que trazes atreladas
para que a luz possa entrar
Olha como o mar é bonito se visto à distância segura
Como a chuva cai para alimentar a terra
Como os pássaros migram quando a estação se acaba
Olha a lua como se move
Como se mostra bela e esconde de vezes em quando, mas sempre em quartos opostos
Olha como a matemática resolve os quânticos
Como os poetas descrevem a dor
Como as crianças brincam felizes
as que podem
Como os sinos dobram no Natal
Como as frutas variam consoante a época
Tudo em movimento
Num permanente movimento libertador
em que umas raízes morrem para outras nascerem
Olha como os processos são lentos mas firmes e constantes
Como se regam as hortas de madrugada antes que o calor aperte
Como se dá de beber aos cavalos antes de a carroça começar a andar
Como as nuvens dançam
Como as estrelas brilham
E agora que o teu Ego encontrou o rumo e preencheu o vazio
sacode o pó que resta e
diz NÃO
Não a tudo que se não escancare à tua chegada.
♦♦♦
Alda Costa Fontes – Com ADN transmontano, dona de um coração que é um pátio aberto a toda a gente que não seja cega e, há 25 anos, tripeira por adoção. Magistrada do Ministério Público/ natural de Nuzedo de Baixo/ Vinhais, onde nasceu em 1968.
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