Salivar, diante da imagem, até não mais aguentar. E lambê-la. Toda. Continuar a ler “DE AÇUCAR – por Cláudio B. Carlos”
PRESS RELEASE DE “MARAVALHA”, de Claudio B. Carlos
Maravalha – uma novela grunge gaudéria 154 páginas - 12 x 18 cm R$ 38,00 Saraquá Edições (2020) Cachoeira do Sul, RS Continuar a ler "PRESS RELEASE DE “MARAVALHA”, de Claudio B. Carlos"
AO ESTILO JULIÁN MURGUÍA – por Claudio B. Carlos
Havia uns negrinhos, que barrigudos e descalços, na frente das casas toscas, chupavam o ranho que escorria do nariz. Um deles, com cara de sem-vergonha, sempre piscava o olho pra mim quando passávamos a cavalo. Os guaipecas magricelas saíam de atrás de nós importunando as montarias, que assoleadas, espumavam nos beiços, mascando o freio e coleando as moscas. Continuar a ler “AO ESTILO JULIÁN MURGUÍA – por Claudio B. Carlos”
UMA TRILOGIA de Cláudio B. Carlos
UM HOMEM CHAMADO HOMEM
Era uma vez um homem chamado homem e uma mulher chamada mulher. Todos os dias, o homem chamado homem quebrava pedras, desde as primeiras horas da manhã até as primeiras da noite. Continuar a ler “UMA TRILOGIA de Cláudio B. Carlos”
TORPOR – por Claudio B. Carlos
Eu não queria ouvir o que ela tinha para falar. Como num transe, eu apenas via o mexer dos lábios murchos da velha, sua dentadura frouxa, e o bailar de sua língua saburrosa. Tudo sem som. Eu não escutava nadica de nada. O buço da velha lhe sombreava o lábio, e se misturava com os pelos que lhe saíam pelas ventas. Vez em quando algum perdigoto da bruaca me atingia o rosto. Continuar a ler “TORPOR – por Claudio B. Carlos”
RÉQUIEM PARA ADALBERON – Claudio B. Carlos
Cheguei, apeei do cavalo e lá estava ele, balançando, pendurado na velha figueira que como mão que protege, estendia os galhos sobre o rancho. O cusco me recebeu ganindo alvoroçadamente como que querendo me mostrar o dono enforcado. Continuar a ler “RÉQUIEM PARA ADALBERON – Claudio B. Carlos”
PEALO DE CUCHARRA- por Claudio B. Carlos
Para Aldyr Garcia Schlee
— Aceita um mate, compadre? –
perguntou Manoelita, ao velho que batera à porta.
— É o jeito, já que foder ninguém quer – respondeu o arriado, arrastando as alpargatas e se encaminhando para dentro do rancho. Continuar a ler “PEALO DE CUCHARRA- por Claudio B. Carlos”
CLINT EASTWOOD (ou a óbvia analogia) – por Claudio B. Carlos
Ele não conhecia os filmes de caubói, por isso, quando os novelos de cisco rolavam pela imensidão do terreiro seco, não fazia a óbvia analogia. Ali não tinha Clint Eastwood, nem Lee Van Cleef, nem Burt Lancaster – tinha o Durvalino, o Deodato e o Deoclécio. Ali não tinha Marianne Koch, nem Claudia Cardinale, nem Carla Mancini – tinha a Jandira, a Jurema e a Jeneci. Ennio Morricone era o guaipeca magricela, sonolento, pulguento e mais uns dois ou três entos. Talvez Morricone fosse o bem-te-vi, o sabiá, o quero-quero, o mugido do gado (coitado – magro que só) ou o relincho do pingo amarelo – que mascava o freio, num devaneio, quiçá, de verde capim. Talvez o Ennio fosse tudo isso misturado – tudo ao mesmo tempo. Continuar a ler “CLINT EASTWOOD (ou a óbvia analogia) – por Claudio B. Carlos”
FRANSÉRGIO E OUTROS POEMAS – por Claudio B. Carlos
FRANSÉRGIO
Fransérgio amava o carnaval. Era quando ele, entre plumas & paetês, miçangas & não-sei-o-quês, podia ser ELA, sem culpa. Longe do olhar recriminatório da adorada esposinha.
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A SANTA – por Cláudio B. Carlos
DELA guardei comigo uma medalhinha amassada com a imagem de uma santa que carrega um guri no colo. Quando perambulava por aí a trazia no bolsinho da fatiota.
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