Para Paulo Brito, que me ensinou
não ter medo da morte.
Basta a quietude de tudo
o silêncio do quarto
o criado-mudo
o copo d’água
os livros sobre a cama
o chinelo largado no chão
Tento apagar a crispada angústia
o sobressalto que espreita a sombra.
Recolho pela mão pequenos medos
lembranças em preto e branco da infância
enredos tortos da madurez
sonhos que se quebraram no meio da trama
novelo sem volta no drama da vida
Guardo nos olhos
a derradeira paisagem,
a última luz e o último silêncio
do cenário do fim.
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Paulo Celso Puciarelli é advogado formado pela Universidade de São Paulo – USP. Mora na cidade de Mococa, onde advoga. Nas horas vagas, incursiona pela poesia e escreve em jornais.
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