HOMENAGEM AO POETA NICOLA MADZIROV- por Viviane Santana Paulo

 

Nicola Madzirov, poeta, editor e tradutor. https://www.poetryfoundation.org/poets/nikola-madzirov

A liberdade do não-pertencimento na

poesia de Nikola Madzirov

Em uma bela tarde, com a silhueta do vulcão Mombacho acima dos telhados das casas, na famosa Calle La Calzada, em Granada, na Nicarágua, conheci o poeta macedônio Nikola Madzirov. Na ocasião do VIII Festival Internacional de Poesia, em 2012, alguns poetas e eu tomávamos cerveja, sentados a mesa na calçada. Falamos de poesia brasileira e de outras nacionalidades, sobre ser poeta e muitas risadas ecoaram pela estreita ruela. Nikola Madzirov nasceu em 1973, em Estrúmica (a maior cidade no leste da Macedônia do Norte, perto da fronteira com a Bulgária), proveniente de uma família de refugiados das Guerras dos Balcãs. Ele conta que aos 18 anos, o colapso da Iugoslávia provocou uma mudança em seu senso de identidade – como escritor, levando-o  a reinventar-se em um país que se via como novo, mas que ainda era alimentado por tradições históricas profundamente arraigadas. No ano seguinte, Madzirov participou do Festival Internacional de Berlim e me presenteou a tradução para o alemão da coletânea de poemas Pedra Deslocada (Versetzter Stein). Assim traduzi alguns de seus poemas (do alemão para o português), publicados no Jornal Rascunho, em 01/10/2012. A revista semanal alemã Der Spiegel comparou a qualidade da poesia de Madzirov à de Tomas Tranströmer. Seus poemas foram traduzidos para mais de quarenta idiomas. Ele recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, é editor da edição macedônia da Antologia da Poesia Mundial: Séculos XX e XXI, e um dos coordenadores do site internacional de poesia Lyrikline, com sede em Berlim, além disso, é membro do júri do maior prêmio internacional para este gênero literário, o Prêmio Griffin de Poesia, do Canadá. Continuar a ler “HOMENAGEM AO POETA NICOLA MADZIROV- por Viviane Santana Paulo”

Jannowitzbrücke – por Viviane Santana Paulo

começo com este nada de hoje vibrando mediocridade 

latente e late

pulsando o sangue gelado e cinza   das coisas cansativas

que me cingem        quase dípteros reverberantes  

as folhas das árvores nas calçadas estão manchadas de fungo

passo indiferente como sempre faço

a indiferença é uma estratégia   escudo e arma  

às vezes asfixia  pode-se matar ou morrer de indiferença   

ela furta a vida e também a usamos para sobreviver   

enquanto vou descobrindo Continuar a ler “Jannowitzbrücke – por Viviane Santana Paulo”