UMA MANEIRA DE DIZER O QUE NÃO SE ENTENDE
Precisava duma casa onde coubesse a minha vida toda, soalheira,
abrigada da invernia, distante dos lugares familiares, onde coubesses tu,
uma árvore ao pé, móvel e literária, imprecisa como uma lâmpada
de névoa, e ser ela o jardim todo e o jardineiro. Já vou suportando atrasos,
partidas adiadas, quem não parte também regressa, regressaremos todos,
um dia dentro duma carruagem a chiar numa estação desconhecida,
a desembaciar o vidro com a mão, porque havemos de chegar sempre a algum lugar? Continuar a ler “TRÊS POEMAS DE Nuno Higino”
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