Un día particular choca de frente contra el influjo del aire
es necesario cuadrar esta nomenclatura traducir rostros menores
y anunciar los cultos
será por lo tanto una nueva llamarada entre los vigilantes
¿Será que permanecen ensombrecidos entre sus ramas de invierno? Continuar a ler “ATÁVICA – por Claudia Isabel Vila Molina”
Luís Guerra e Paz – Chegou a este mundo em 1970. Diletante incorrigível, apaixonou-se por alguns hobbies e enfastiou-se de outros tantos. Contudo, embora de forma autodidacta e pouco disciplinada, manteve sempre uma relação com a fotografia. Não sabe se é pelo prazer de capturar um ambiente, um olhar ou um pormenor, ou se é devido a uma pura necessidade quase física, que o impele a documentar algo que o impressionou.
El grito de los vendedores ambulantes y las rosas marchitas anunciaron que mi vida era un desastre. Nunca soporte los gritos, que reflejaban el estado decadencia en la que estaba nuestra relación. Relación que se deterioraba ante la falta de sexo y conversaciones del diario vivir. Verónica luchó porque esto fuera un mal sueño y las orquídeas iluminaran nuestras mesas como años atrás. No quise unirme a su lucha y me alejé de la sexta calle que era el coro de nuestra vida.
Recorriendo sus pasos
Recordé que nuestra historia nunca se escribió entre rosas y días de sol. Silvia y yo nos conocimos en el bar que solía frecuentar los viernes cuando salía de mi trabajo. Descubrí que detestaba los días de invierno, las comidas chatarra, y la música rabalera que le recordaba los golpes de su padrastro. No deseaba que tuviéramos una relación estable lo que presenció en su casa era suficiente para creer que nuestra relación se reducía a conversaciones del mundo, relaciones sexuales y aguardientes, momentos que me alegraban pero alejaban la posibilidad de un nosotros. Cuando le confesé que la amaba su frente se ciñó y permaneció largo rato en silencio, prometiendo que hablaríamos después del tema…
Han pasado seis meses y no regreso al bar. Sigo recorriendo sus pasos entre las orquídeas que tanto amaba, y sus fotografías se aniquilan entre mis lágrimas del ayer.
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Yessika María Rengifo Castillo. Poeta, narradora, articulista, e investigadora. Docente, colombiana. Licenciada en Humanidades y Lengua Castellana, especialista en Infancia, Cultura y Desarrollo, y Magister en Infancia y Cultura de la Universidad Distrital Francisco José De Caldas, Bogotá, Colombia. Desde niña ha sido una apasionada por los procesos de lecto-escritura, ha publicado para las revistas Infancias Imágenes, Plumilla Educativa, Interamericana De Investigación, etc.
Luís Guerra e Paz – Chegou a este mundo em 1970. Diletante incorrigível, apaixonou-se por alguns hobbies e enfastiou-se de outros tantos. Contudo, embora de forma autodidacta e pouco disciplinada, manteve sempre uma relação com a fotografia. Não sabe se é pelo prazer de capturar um ambiente, um olhar ou um pormenor, ou se é devido a uma pura necessidade quase física, que o impele a documentar algo que o impressionou.
Diria que há que ter sempre um mote presente: ser um eterno aprendiz!
Isso consegue-se com humildade, sem deixar que o orgulho se aposse de si, mantendo constantemente o poder de criar e inventar. Conseguindo tornar cada dia num mundo de oportunidades e cada momento numa nova página da sua existência. Continuar a ler “COMO IRRIGAR O PRAZER DE VIVER? – Teresa Escoval”
“Toldam-se os ares,/Murcham-se as flores;/
Morrei, Amores,/Que Inês morreu”
Manuel Maria du Bocage
Na plataforma rochosa de uma praia, algures no Universo, um fotógrafo clicka closes da agreste, severa paisagem. De súbito, a objetiva da câmera se vê velada por uma mão lutuosa, sinistra, nem tanto por ser a esquerda. Atrevida e inoportuna, a ponto de malograr o clichê. O visado não demora um átimo a adivinhar quem ousou a desfaçatez. Um ser fantasmático, fumos soturnos na expressão facial, se configura à sua frente. Continuar a ler “AGORA, MORTA É INÊS – por Danyel Guerra”
Nunca pensei, sonhei ou desejei ser poeta
durante toda a minha juventude em vez dos livros ou da poesia
sempre preferi brincar aos índios e cowboys
ou assaltar ao meio da noite os laranjais
e os galinheiros dos vizinhos, ou ainda espreitar a vizinha,
quando esta se despia para fazer amor
e masturbar-me, masturbar-me (sim, sempre houve em mim
um gosto nato pela transgressão)
pergunto: poderá a fome de poesia ser explicada
cientificamente, será talvez uma herança genética?
que eu saiba entre os meus antepassados
nunca houve poetas, nem artistas, nem sequer homens cultos
houve, isso sim: assassinos, carrascos, esfoladores,
prostitutas, concubinas, mulheres obscuras e violentas
videntes, hipnotizadores de serpentes
também padres, mártires, santos e, sobretudo…
ah! sobretudo: loucos!
sim, entre os meus antepassados constam-se vários loucos
e confesso que também eu, por vezes, enlouqueço.
já passei alguns anos numa psiquiatria
porém todos os meus psiquiatras (foram muitos.
alguns deles suicidaram-se. outros enlouqueceram.)
dizem que a minha loucura é uma lúcida loucura.
vá lá saber-se o que é uma lúcida loucura,
mas talvez tenham razão, talvez a poesia seja um caso
de lúcida loucura.
English Garden
Aquele cadáver que plantaste o ano passado no teu jardim já começou a despontar? dará flor este ano?
T.S. Eliot
Morreu no outono, um outono translúcido
como o da poesia de Trakl.
conforme o seu último desejo foi enterrado ao
canto mais belo
– onde crescem a rosas de Shakespeare –
do seu tão amado jardim,
o English Garden
onde costumava ler e escrever,
ler e escrever
até que os olhos lhe doessem de alegria.
enterraram-no com uma mão de fora
para que quando chegasse a primavera desse flor
e as andorinhas lhe cagassem em cima.
Realeza
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços e chama-me teu filho Fernando Pessoa
O corpo (um odre de carne malcheiroso)
Mas ainda bem modelado
A ferida costurada
Os genitais encolhidos
O incenso subindo dos turíbulos
Aos brados
Assim lhe despiram a realeza
Assim regressou à noite antiga e calma.
La beauté
Je suis belle, ô mortels ! comme un rêve de pierre Charles Baudelaire
Há uma tremenda beleza naquelas mãos grandes e peludas:
porquanto manejam habilmente os bisturis
que são astros cintilantes na podridão das vísceras.
Elogio da loucura
Ao meu tio José (1940 – 1999)
O meu tio José, o louco. vejo-o
deambulando pelas ruas ao deus dará
sem outro destino que não seja deambular.
um Kentucky ao canto dos lábios.
o chapéu amarrotado…
o tio José, alto e elegante
como muitos dos homens da beira alta.
os olhos tão azuis… tão azuis…
quase germânicos.
lá dentro, o céu. não o céu de deus,
pois um louco não precisa de céu,
nem de deus, pois um louco não precisa
redimir os seus pecados.
mora na noite da luz. isento.
como as aves.
Ressurreição
Depois do dilúvio
por entre as barcas e as casas submersas
onde agora o hálito de Deus mora
com a perna amputada às costas
regressou da morte
pois dizem que Deus não gostou do seu cheiro.
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Luís Costa escreve poesia e mais algumas coisas. Nasceu na sexta-feira santa de 1964. Tem alguns dos seus trabalhos publicados em revistas digitais como a Triplov e a Zunái, tendo também colaborado no primeiro número da revista internacional de surrealismo Debout Sur L’oeuf. Para além disso, pouco há a dizer. Ah, diz que a biografia do poeta é a sua poesia, pois, a seu ver, fora do poema o poeta não existe. Escrever poesia é para ele uma questão de ira e amor: uma violência amorosa. E também o contínuo suicídio do eu para que a obra se faça.
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