a árvore que em mim habita
só
se dá a ver
aos escutadores de horizontes
uma espécie de oficiantes da seiva
mestres do encantamento do ar
por onde ramos e raízes cintilam
ao ritmo da funda expiração.
a árvore que em mim lateja
só
se dá em pele
aos caminheiros da floração
uma espécie de relatores das asas
mestres do alinhamento do mar
por onde marés e ondas serpenteiam
ao ritmo da doce expiação.
a árvore que em mim crepita
só
se dá em tronco
aos abraçadores do cosmos
uma espécie de guardiães da serenidade
mestres do agenciamento do nada
por onde as folhas amarelecem e estalam
ao ritmo da muda de estações.
a árvore que em mim dormita
só
se dá em fruto
aos lavradores do silêncio
uma espécie de semeadores do frio
mestres do florescimento do vazio
por onde as cascas, aos poucos, se revelam
ao ritmo da pura fecundação.
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© Maria Toscano.
Figueira da Foz. Nau, Pastelaria – Restaurante. 21 Março 2015.
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Maria (de Fátima C.) Toscano, Doutora em Sociologia. Docente Universitária, Investigadora e Formadora. Coach e Trainer em Programação Neurolinguística.
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