SÉRIE DISCRETA PARA UMA NOITE- por David Paiva Fernandes

 

foto de Paulo Burnay

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Atrasam-se manhãs em qualquer canto,
com quadradinhos incolores
de histórias que terminam sem princípio.

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Quando a luz da cidade
pode ter algum sentido,
eu posso escolher outro.

-14 –
Não é pelas janelas fechadas
que a noite se prolonga.
Enquanto apenas tentamos ela é.

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Apressado pela solidão que se reaproxima,
numa ausência de noite mascarada de claridade,
solidifico ensejos em anotações,
[amanhã irreconhecíveis.

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*Poemas seleccionados do livro “ Série Discreta para uma noite”,  2009, Edição de David Fernandes e Temas Originais, Lda, com autorização do autor.

David Paiva Fernandes nasceu em 1966 sob o signo do Cavalo e Escorpião. Desde muito cedo apaixonado pela ciência e pela electrónica, seguiu em direcção à economia, frequentou gestão. Hoje é analista de sistemas na área da Informação geográfica. Publicou dois livros de poesia em 2004: “Tantos cruzamentos”,  2004 e “Uma vida inteira – ainda”. Pode encontrar-se a sua poesia também em várias antologias, como “Na Voragem dos dias” coord.  Manuel Neves, Aida Fazendeiro e Nuno Travanca; 2003; ” Antologia de Escritas,  5″ e Antologia de Escritas 6, Org. José Feliz 2008 e 2009 respectivamente.