Diz o mito, que Zeus convenceu Métis a participar de uma brincadeira, onde Métis acabou por se transformar em mosca, que Zeus engoliu, acabando esta por se alojar na sua cabeça. Assim nasceu Athena, do cérebro de seu pai, poderosa, já adulta, guerreira munida de armadura, elmo e escudo – pronta para o combate. Foi o fim do medo, o início da coragem. O caminho.
ATHENA – Mito & Cultura – por Paulo Ferreira da Cunha
Desenho de Athena@ Paulo Ferreira da Cunha
O Mito é o nada que é tudo
Fernando Pessoa, Mensagem
1.Um Projeto Cultural
Não haverá certamente melhor nome para uma revista de cultura que o de Athena. Para mais uma revista eletrónica, em que o pensamento e a arte se associam naturalmente, indissoluvelmente, à ciência e à técnica. Assim como Athena simboliza a aliança perfeita das mãos e do espírito[i]. Continuar a ler “ATHENA – Mito & Cultura – por Paulo Ferreira da Cunha”
A ESTÉTICA DO CANIVETE SUÍÇO por Ana Almeida Santos
Não me julgues por este coração sedimentado
Nem pelo silêncio que me assiste
(não é por falta de palavras que
se possam entender com as tuas)
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LA RAGAZZA DAS CASTANHAS ASSADAS – por Danyel Guerra
“Cá fora é o vento e são as ruas varridas de pânico,
é o jornal sujo embrulhando fatos, homens e comida guardada”
Carlos Drummond de Andrade
♥A vez primeira que provei castanhas assadas aconteceu na convicta cidade do Porto, numa tarde outonal, céu forrado de tons plúmbleos, um sábado pejado de humor ranzinza, carrancudo, receando chuva iminente e copiosa. Eu descia a Rua de Passos Manuel, saído de “uma matinê no Cinema Olympia, no Cinema Olympia” onde vira um western spaghetti rodado em…Espanha. Mas não era C’era una volta il West, do Sergio Leone. Chegando à Rua de Santa Catarina, em frente do Café Majestic, quase esbarrei num carrinho, parecido com aqueles de algodão doce e de pipocas. Continuar a ler “LA RAGAZZA DAS CASTANHAS ASSADAS – por Danyel Guerra”
DE FREUD A JUNG, ERA UMA VEZ DANTE ALIGHIERI – por Marilene Cahon
No Monte Olimpo, Zeus, observando a curva geodésica, decidira alterar a lei das três unidades, retirando do Conhecimento as noções de ação, tempo e lugar. Desaparecidas essas realidades, o movimento passou a ser atemporal, permitindo a interação das relações humanas em todos os espaços possíveis.
Divertia-se com as confusões que eram geradas. Seu riso ecoava pelo universo. Quem estava apreensivo e nem um pouco feliz era Khronos. Ao contrário, Kairôs sentia-se cada vez melhor. Aion, por sua vez, chocou-se e emudeceu. Continuar a ler “DE FREUD A JUNG, ERA UMA VEZ DANTE ALIGHIERI – por Marilene Cahon”
A PERVERSIDADE DO MARKETING DE CAUSAS – por Paula Costa
Entre tantos dias com efeméride e semanas temáticas, globalmente já se instituiu que Outubro é o mês do cancro da mama.
Sem querer desmerecer a causa – à qual por razões pessoais sou até bastante sensível -, como marketeer não posso deixar de reconhecer que a campanha Breast Cancer Awareness (BCA) é um excelente exemplo de bom marketing. Continuar a ler “A PERVERSIDADE DO MARKETING DE CAUSAS – por Paula Costa”
ARTE RUPESTRE – EXPRESSÃO DA CELEBRAÇÃO, DO SIMBÓLICO E DO RITUAL – por Diniz Cortes
NUMA CURTA VIAGEM PELA BIO ARQUEOLOGIA HUMANA IBÉRICA E PELOS ABRIGOS PINTADOS DO NEO-CALCOLÍTICO PORTUGUÊS.
A expressão artística humana na Península Ibérica tem início, fundamentalmente, nos primórdios da colonização pela nossa espécie, o Homo sapiens, embora haja indícios de manifestações artísticas levadas a cabo por outro ramo evolutivo de hominídeos, que, na Europa, foi contemporâneo do nosso, o Homo neanderthalensis. A arte pré-histórica, lógica e conceptualmente de origem e expressão humana, tem uma base comunicacional criativa expressa e/ou simbólica mas, acima de tudo, marca um tempo, um território, um conceito ou um espaço. Continuar a ler “ARTE RUPESTRE – EXPRESSÃO DA CELEBRAÇÃO, DO SIMBÓLICO E DO RITUAL – por Diniz Cortes”
SEIS POEMAS – por Fernando Martinho Guimarães
Fotos: de Lourdes Ximenes
Do Enfado
Enfadado o bastante para escrever,
Dou por mim escrevendo
Sobre o enfado que é escrever Continuar a ler “SEIS POEMAS – por Fernando Martinho Guimarães”
A PEQUENA DOS CHOCOLATES – por Cristina Nobre Soares
(Conto inspirado no poema “Tabacaria” de Álvaro de Campos.)
Bizarro. Murmuro enquanto olho para a biqueira dos sapatos. Finjo que não o vejo enquanto como os chocolates que compro todas as sextas-feiras na Tabacaria. Quantos são? São dois, respondo e o dono da Tabacaria coloca-os dentro de um cartucho de papel pardo. Continuar a ler “A PEQUENA DOS CHOCOLATES – por Cristina Nobre Soares”
VITREA CASA – por Marília Miranda Lopes
Imagem @ José Boldt
Servia para dormir, para comer, para conviver, para amar, para sonhar, mas havia nela um monstro que tinha um olho esquisito no meio da testa. Este ser sobrenatural estava destinado a habitar a casa, à qual se apoderara por configuração de terrenos. Continuar a ler “VITREA CASA – por Marília Miranda Lopes”
CIÊNCIA E POESIA – por Gabriela Rocha Martins
Haverá entre a Poesia e a Ciência diálogos possíveis?
Continuar a ler “CIÊNCIA E POESIA – por Gabriela Rocha Martins”
BREVES NOTAS SOBRE O FILME “MAFIOSO QUANTO BASTE”* – César Alexandre Afonso
* Filme “Find me Guilty”, de Sidney Lumet
https://youtu.be/PbPIjNG5Wws
Video de Ben Stiller
Todos os caminhos se devem iniciar pelo questionamento das razões pelas quais pretendemos percorrê-los (O grande Poeta José Régio no seu magistral poema Cântico Negro referia-se à revolta da escolha – Não, não vou por aí! Só vou por onde me levam os meus próprios passos… Se ao que busco saber, nenhum de vós responde, Por que me repetis: «vem por aqui»?). Continuar a ler “BREVES NOTAS SOBRE O FILME “MAFIOSO QUANTO BASTE”* – César Alexandre Afonso”
MULHERES NAS RUAS DO PORTO – I – César Santos Silva
Bernarda Ferreira de Lacerda (Praceta de)
Início: Dr. Eduardo Santos Silva. João de Azevedo (Ruas) Continuar a ler “MULHERES NAS RUAS DO PORTO – I – César Santos Silva”
DEZ POEMAS – por Pedro López Adorno
Imán
Cuán creíble todo en la imperfección; cuán
decisivo su desliz. Continuar a ler “DEZ POEMAS – por Pedro López Adorno”
ALGUNS POEMAS de Sidney Rudá
Imagem @ Lourdes Ximenes
CAIS
Que silêncio dissonante ecoa ao som da noite,
Quando ao breu a luz flameja
E ao olhar a prata impera. Continuar a ler “ALGUNS POEMAS de Sidney Rudá”
SOMBRINHA VERMELHA – por Fernando Corona
Imagem: Desenho de Lourdes Ximenes
Nagô acompanhou com o olhar as mucamas deixando a praia rumo à Casa Grande. Tiveram de ir acudir à Sinhá Flora que havia começado com as dores antes do tempo. Continuar a ler “SOMBRINHA VERMELHA – por Fernando Corona”
DIÁLOGO ENTRE PINTURA Y NARRATIVA EN PAISAJE CON ÁNGEL CAÍDO, DE GABRIEL JIMÉNEZ EMÁN – José Gregorio Noroño
En la pintura hay que buscar más la sugestión que la descripción…
Paul Gauguin
El propósito de este ensayo es señalar cómo una imagen pictórica desencadena la construcción de un texto literario, tomando como ejemplo la novela de Gabriel Jiménez Emán, Paisaje con ángel caído, publicada en 2004. Continuar a ler “DIÁLOGO ENTRE PINTURA Y NARRATIVA EN PAISAJE CON ÁNGEL CAÍDO, DE GABRIEL JIMÉNEZ EMÁN – José Gregorio Noroño”
SYRIE, CE PROCHE AILLEURS [EXTRAITS] – de Laurine Rousselet
Il est des violences devant lesquelles écrire ne ménage aucune ivresse, j’entends poétique. La révolution en Syrie a commencé deux ans avant la rédaction de cet entrelacs de poèmes et chroniques, ce chronopoème qui s’étale de juin à septembre 2013. Continuar a ler “SYRIE, CE PROCHE AILLEURS [EXTRAITS] – de Laurine Rousselet”
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