PRISIONEIROS DO TEMPO – por Ester Fridman

Vida, Mente, Universo, Consciência, Tempo, Espaço… Alguém sabe o significado dessas palavras? Será que dentro de nossa condição humana é possível saber? Um grande número de pensadores e filósofos através dos tempos vem tentando desnudar os  mistérios da vida e até então ainda não os conhecemos. Talvez seja porque temos usado a ferramenta errada, qual seja – o pensamento. Em especial a civilização greco romana posterior a Sócrates vem atribuindo um valor excessivo à razão, ao intelecto e seu produto, o pensamento lógico analítico. Ninguém criticou mais esse tipo de conduta do que Nietzsche, que costumava dizer que a decadência começou com Sócrates, exatamente por isso. Com séculos e séculos de condicionamento foi ficando cada vez mais difícil pensar por outra via que não a lógica, cujo funcionamento corresponde ao hemisfério esquerdo do cérebro. Continuar a ler “PRISIONEIROS DO TEMPO – por Ester Fridman”

ASSIM FALOU O POETA MALDITO – por Ester Fridman

 

Se Nietzsche já é um filósofo controverso, interpretado de forma tão completamente diferente por cada leitor, seu livro Assim Falou Zaratustra é, sem dúvida, o mais controverso de toda a sua obra. Seria um dos motivos de tamanha controvérsia a linguagem tão peculiar e não familiar na qual foi escrito? Uma leitura atenta à obra de Nietzsche como um todo nos revela um autor cujo procedimento de pensamento é diferente do procedimento de pensamento do homem ocidental em geral. Mas, se seu modo de pensar não é ocidental, tampouco o é puramente oriental. O que o diferencia é que ele não está preso às amarras do gregarismo, e nem à metafísica da linguagem. Ele diz que “…entramos em um grosseiro fetichismo, quando trazemos à consciência as pressuposições fundamentais da metafísica da linguagem, ou, dito em alemão, da razão. Esse vê por toda parte agente e ato: esse acredita em vontade como causa em geral; esse acredita no ‘eu’, no eu como ser, no eu como substância, e projeta a crença na substância-eu sobre todas as coisas (…)E nas Índias como na Grécia se fez o igual equívoco: ‘É preciso que já alguma vez tenhamos habitado um mundo superior (…), é preciso que tenhamos sido divinos, pois temos a razão!’(…) A ‘razão’ na linguagem: oh, que velha, enganadora personagem feminina! Temo que não nos desvencilharemos de Deus, porque ainda acreditamos na gramática…”1

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