
escrita em papel e lágrima
num pedaço de amor
jogado no lixo
tanto faz o lixo
que desatina
dói e agoniza
sim e não
a porta aberta
e ninguém entrou
uma escada flutuante
do avesso de um poema
que se rasga dentro de si.
beijo sonoro de um eu
funda o esvaziamento retorcido
centro da cicatriz
que o corpo carrega do século
caixa quadrado sem voz
relação disforme e a explosão
de luz e som e o sentir
em roma, atenas e moscou
lidos rios fracassam verde
frio o verso parafraseando
a inquietude de uma face. Continuar a ler “ESCRITA EM PAPEL E LÁGRIMAS – por Fellipe Cosme”



ela pôs o vestido vermelho, enquanto
ele finge não ver.
vê o jornal, as notícias, as mesmas.
ela tenta sentir a nota musical,
que teme tocar
pela janela alguém os vê ausentes,
iriam sair para uma longa janta,
mas estão ali,
sem se olhar.
a luz acesa ainda,
não desligaram.
para deixar a casa,
a noite gelada lá fora os espera,
mas eles ficam imóveis, na casa.
ela senta ao piano,
mas a nota não ecoa.
nada pode atrapalhar
o silêncio que reina
entre dois ausentes.
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