Tenha cuidado. Sinto que há em si tendências surrealistas. Afaste-se dessa gente.
Jean Epstein
“Posso dizer tudo o que penso?….é a escrita automática!…” (1). Em sua edição de junho de 1954, a revista Cahiers du Cinéma inseria uma entrevista com Luís Buñuel. Na época, este cineasta era celebrado na Europa apenas como autor de uma tríade maldita, malgrado seu Los Olvidados (1950) ter emocionado Cannes.
Escrita automática? Será que aos 54 anos, o pai da mexicana ‘Susana’ ainda se afirmava fiel aos conceitos teóricos e aos procedimentos formais da finada guilda, na qual foi iniciado em 1929, pela mão de Louis Aragon e de Man Ray? Chegado a meia-idade, o rebelde persistia em menosprezar o paternalista conselho de Epstein? Continuar a ler “A LIBERDADE E A RAIVA DO PERRO ARAGONÉS – por Danyel Guerra”