
UM CONTENTAMENTO DESCONTENTE
“Há uma justa medida em todas as coisas; E existem certos limites” Horácio
I– Às 24 horas do próximo dia 24 de abril terminam as celebrações populares e institucionais do cinquentenário do levante cívico-militar que, sem efusão de sangue, vibrou o golpe de misericórdia na ditadura estadonovista de Salazar e Caetano, O vermelho, vibrante, só era visível nos cravos que floriram no cano das metralhadoras.
Ao longo desses 365 dias de comemorações, nem sequer o mais otimista aos Drs. Pangloss da classe política dominante se extenuará na entoação de hosanas às virtudes, conquistas e realizações do regime abrilista, como se Portugal estivesse vivendo num mundo leibniziano, como se os portugueses estivessem próximos de atingir o zênite da prosperidade econômica, da justiça social, tributária e eleitoral, das liberdades individuais, da isonomia e da equidade jurídicas, do bem-estar coletivo a que têm direito enquanto cidadãos de um país democrático, onde o estado de direito se alça como firme e bem fundada trave-mestra.
Julgo que só um paladino inebriado por etílicas bebemorações ousará afirmar que está sendo alcançada a harmonia da desejada triangulação dos três “D” inscritos no programa do Movimento das Forças Armadas (MFA). Continuar a ler “UM CONTENTAMENTO DESCONTENTE – EDITORIAL por Danyel Guerra”
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