POEMAS DE MADALENA MEDEIROS

TUDO OU NADA! AOS “CARVALHOS”…

Pró ” Carvalho” vai tudo!
Tudo!Tudo, ou nada!
Há tamanhos e formas,
curtos, compridos e espessos!…

Pró “Carvalho, não vai nada?
Nada! Que bem lhe fica a gravata!
Por onde passa tudo esgravata,
e dos tombos cai na mocada…

Há quem diga!
Pernas são canelas,
merda pra quem olha pra elas…
Por outro! Há quem diga!
Carvalhos, são caralhos,
merda pra quem tem alhos!

Ai Bocage! Quem melhor poderia
dissertar sobre os “Carvalhos”
e presentear-se com mulheria …
TUDO OU NADA! AOS “CARVALHOS”…
Por isso, pro “carvalho”
Que vão todos os alhos,
os asnos,com ou sem gravata,
para o festim de paspalhos…

♣♣♣

Rosa Branca, Rosa Vermelha

Duas rosas! Rosa branca,
Rosa vermelha, duas pétalas,
vou soltar nesta dança,
e pedir perdão ao céu!…

Palavras majestosas,
torneadas por duas rosas…
Ferimentos de espinhos,
dolosos, cravados por caminhos,
cobertos de rosas senhoriais,
e rosas vermelhas! Perdão ao céu,
ao cavalheiro das rosas virtuais!

Que esta redenção, neste véu,
imaculado de rosas alvas,
se imiscuem em rosas vermelhas,
fonte de rendição! Em malvas,
e fontes ressequidas,semelhas,
vou lançar à terra fértil, mesuras
e jurar conter palavras duras!
Ao senhor das rosas virtuais,
rogo clemência e não mais,
temerei seu doce olhar!
Com duas rosas selarei

este contrato e zelarei
que o céu abençoe o mar…
Duas rosas! Rosa branca
Rosa vermelha, duas almas em alvoroço
em evolução e na lembrança
de um passado tenebroso.

Rosa Branca, Rosa Vermelha
o carinho, a atenção são
duas rosas sublimes e intocáveis
Neste roseiral fulminante, quão
belas são duas rosas,invejáveis,
por seres térreos,apressados
em tocar, e possuir o âmago
de duas rosas especiais e o
Vazio, preenchido pelas rosas.
Passados enevoados, perdidos na diáspora!
Senhor das rosas virtuais,
perdoai a rosa branca, que chora
e teme sofrimentos casuais…

♣♣♣

SAUDADES

Saudades, saudades  da ilha!…
Não tornarei mais a ela….
Culpa da ilusão e do homem,
que me a roubaram!!!

Saudades, saudades de caminhadas,
Por densos passeios, cansativos
Em que sentia o aperto cintural
E o dedilhar das marés…

Saudades, saudades de adormecer…
Nos braços do meu Deus…
Agitado pelas marés da confusão,
E pelo ciúme despropositado do Homem…

Saudades, saudades, quantas trago
Nestes olhos, cansados e tristes,
Por não entender o que passou,
Contudo clemente com o que virá…

Saudades, saudades dos olhos,
Que jamais avistei luz, alegria….
Penumbra de sentimentos,
Perdidos e devorados no tempo…

Saudades do “meu homem”!
Senhor das verdades certas,
Inquestionáveis e incertas,
Para a razão e este sentir…

Saudades, saudades da ilha Verde!
Choro por ela e por ele…
Quem dera ser albatroz e
Saltar até ao infinito da Ilha verde
Para jamais voltar à terra ingrata…

♦♦♦

Madalena Medeiros, nascida a 3 de Maio 1975, na ilha de S Miguel, Açores, licenciada em Serviço Social pelo Instituto Supeiror Miguel Torga, Técnica Supeiror da Segurança Social no C Distrital do Porto, ISS, IP. 
Frequentou o Conservatório Regional de Ponta Delgada, piano, formação musical e classe de coro. A poesia surge como um complemento  educativo desde a infância em que os poemas per si eram escritos apenas para a própria, sendo alguns publicados no jornal da escola secundária Antero de Quental. O aperfeiçoamento desta componente desenvolveu se com o apoio e acompanhamento do falecido Professor Dr. Ruy Galvão de Carvalho, um grande seguidor da poesia e correspondência de Antero de Quental. Desde então a mesma eventualmente passou a escrever poesia de forma voluntária e como forma de estabelecer observações e reflexões sobre a vida, o amor e a essência humana.